Quando a
dificuldade surge gostaríamos que as pessoas tivessem a mesma atitude que
teríamos, porém o mundo não gira em torno de gente apaixonada, de gente
altruísta, de gente equilibrada.
Hoje em dia
casais vivem juntos antes de um “compromisso de papel”, sem o desespero de
casar segundo as tradições, ter uma poesia ou uma canção que lembre esse amor,
correndo o risco de ser taxados como superficiais.
Sexo sem
compromisso também é uma “modernidade” do nosso tempo desde que ambos estejam
de acordo.
Casar com homens
que não fazem nada dentro de casa é uma prática bem comum também, vejo isso
como uma expressão de dominação masculina e isso leva a certos arrependimentos
de verdade.
Os maridos
tinham todo o poder, o poder inclusive de transar no primeiro encontro e julgar
a mulher de uma coisa que ele mesmo praticou. É um hábito desagradável de
ofender sem olhar o próprio umbigo, quanto mais bonitos menos apoio, não
necessariamente uma regra.
Homens pensam
mal de mulheres, mulheres pensam mal de mulheres, nossas mentes são comandadas
pelo julgamento alheio, casar nem sempre beneficia as mulheres, mesmo que ele
seja atraente e tenha uma personalidade incrível, mesmo que por intermédio da
mídia nada mudou muito, somos rejeitadas a ser quem somos.
Ninguém gosta de
rejeição, ninguém se sente bem se sentindo diminuída ou insatisfeita, as
revistas nos levam a entender que não somos do jeito que deveríamos ser.
Precisamos de retoques na pele, no corpo, na mente, nos cabelos para ter um
relacionamento “merecedor” e nem sempre recíproco.
Precisamos ser a
atração do mundo, só importa os valores que existem fora de nós, à ambição do
corpo perfeito, as importâncias de “se amar”, o meu mundo sem decepções, sem
probabilidades dele ser infiel.
Lamento as
ideias irracionais de comportamentos dependentes de beleza e magreza, sem
concessões, só alcançamos a tão sonhada autoestima se estarmos nos padrões de
photoshop ou viajando em classe executiva.
Viemos de uma
geração em que pais não se divorciaram com a mesma frequência dos dias atuais,
ou éramos mais superficiais, mais tolerantes ou amávamos mais e
incondicionalmente, basta lembrar que nem todos que estão insatisfeitos se
separam.
Cada vez mais as
pessoas administram menos o estresse, cenas afetuosas nem sempre são
demonstradas em público, a traição está mais evidente e ninguém anda apostando
em príncipes encantados, o que queremos é bondade, inteligência e personalidade
atraente, atraente aos nossos olhos e não aos moldes de revistas.
Quero me sentir
comprometida com você, quero me envolver emocionalmente, quero ter bons motivos
para me preocupar quando não estiveres bem, quero me sacrificar pela relação
sem peso e sim com a certeza de que você faria por mim tudo o que eu faço por
você.
Quero curtir e
perceber que nada foi em vão, que o meu instinto acertou com precisão, que eu
não escolhi alguém que eu pudesse me arrepender e que o nosso casamento não foi
precipitado e a nossa vida cheia de paranoias.
Somos originais
e modernos, encontrei vários parceiros antes de achar você, mesmo que o
relacionamento acabe ele deu certo por um período de tempo, agora que a minha
barriga não é mais a mesma e que eu não pareço tão jovem, as coisas continuam
com o mesmo encantamento.
Recuperamo-nos
de várias crises, até uma vontade de ter um amante, em tecer a relações a
infidelidade, a deixar o bom senso e deixar as coisas num ritmo normal. O que
salvou e salvará nosso relacionamento é a reciprocidade.
Arcise Câmara
Imagem: Jovem Filósofo Hp
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