quinta-feira, 25 de junho de 2015

As pessoas e o encontro de reciprocidade


Quando a dificuldade surge gostaríamos que as pessoas tivessem a mesma atitude que teríamos, porém o mundo não gira em torno de gente apaixonada, de gente altruísta, de gente equilibrada.
Hoje em dia casais vivem juntos antes de um “compromisso de papel”, sem o desespero de casar segundo as tradições, ter uma poesia ou uma canção que lembre esse amor, correndo o risco de ser taxados como superficiais.
Sexo sem compromisso também é uma “modernidade” do nosso tempo desde que ambos estejam de acordo.
Casar com homens que não fazem nada dentro de casa é uma prática bem comum também, vejo isso como uma expressão de dominação masculina e isso leva a certos arrependimentos de verdade.
Os maridos tinham todo o poder, o poder inclusive de transar no primeiro encontro e julgar a mulher de uma coisa que ele mesmo praticou. É um hábito desagradável de ofender sem olhar o próprio umbigo, quanto mais bonitos menos apoio, não necessariamente uma regra.
Homens pensam mal de mulheres, mulheres pensam mal de mulheres, nossas mentes são comandadas pelo julgamento alheio, casar nem sempre beneficia as mulheres, mesmo que ele seja atraente e tenha uma personalidade incrível, mesmo que por intermédio da mídia nada mudou muito, somos rejeitadas a ser quem somos.
Ninguém gosta de rejeição, ninguém se sente bem se sentindo diminuída ou insatisfeita, as revistas nos levam a entender que não somos do jeito que deveríamos ser. Precisamos de retoques na pele, no corpo, na mente, nos cabelos para ter um relacionamento “merecedor” e nem sempre recíproco.
Precisamos ser a atração do mundo, só importa os valores que existem fora de nós, à ambição do corpo perfeito, as importâncias de “se amar”, o meu mundo sem decepções, sem probabilidades dele ser infiel.
Lamento as ideias irracionais de comportamentos dependentes de beleza e magreza, sem concessões, só alcançamos a tão sonhada autoestima se estarmos nos padrões de photoshop ou viajando em classe executiva.
Viemos de uma geração em que pais não se divorciaram com a mesma frequência dos dias atuais, ou éramos mais superficiais, mais tolerantes ou amávamos mais e incondicionalmente, basta lembrar que nem todos que estão insatisfeitos se separam.
Cada vez mais as pessoas administram menos o estresse, cenas afetuosas nem sempre são demonstradas em público, a traição está mais evidente e ninguém anda apostando em príncipes encantados, o que queremos é bondade, inteligência e personalidade atraente, atraente aos nossos olhos e não aos moldes de revistas.
Quero me sentir comprometida com você, quero me envolver emocionalmente, quero ter bons motivos para me preocupar quando não estiveres bem, quero me sacrificar pela relação sem peso e sim com a certeza de que você faria por mim tudo o que eu faço por você.
Quero curtir e perceber que nada foi em vão, que o meu instinto acertou com precisão, que eu não escolhi alguém que eu pudesse me arrepender e que o nosso casamento não foi precipitado e a nossa vida cheia de paranoias.
Somos originais e modernos, encontrei vários parceiros antes de achar você, mesmo que o relacionamento acabe ele deu certo por um período de tempo, agora que a minha barriga não é mais a mesma e que eu não pareço tão jovem, as coisas continuam com o mesmo encantamento.
Recuperamo-nos de várias crises, até uma vontade de ter um amante, em tecer a relações a infidelidade, a deixar o bom senso e deixar as coisas num ritmo normal. O que salvou e salvará nosso relacionamento é a reciprocidade.
Arcise Câmara
Imagem: Jovem Filósofo Hp


Nenhum comentário:

Postar um comentário