quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Temperatura digna da era do gelo



Sou molenga para o calor apesar de morar quase em cima da linha do equador, prefiro as temperaturas frias, que pedem chocolate quente, cobertores pesados e entrelaço de pés.
Temperaturas quentes me faz lembrar de uma amiga monstro que eu tive, uma pessoa em quem eu acreditei piamente. Eu colocaria culpa em qualquer ser menos nela. Ela matou minha confiança, porém me deixou mais forte e menos sentimental.
O ex-amor foi atrevido, folgado e covarde, deitou com ela em nossa cama, sorrisos falsos e declarações "inteligentes" que não me fazia perceber nada. Na minha lógica analítica ela era minha amiga do peito e amiga dele por tabela.
Nos três nos dávamos bem, tínhamos personalidades parecidas, porém era absurdo demais ele permanecer com nós duas e ela se sair bem nessa história toda.
Custei a acreditar que precisava tomar uma decisão instantânea, colocar cada pingo em seus is, chorar a perda de duas pessoas ao mesmo tempo, uma punhalada que doeu mais que meus dois partos naturais juntos.
Foi difícil recomeçar, foi trabalhoso excluí-los da minha vida, foi tenso não precisar contar nem com um, nem com outro. Eu não tinha com quem desabafar, eles eram o meu mundo, meu alicerce, minha fortaleza. Agora eles passaram a ser meus traidores e meus inimigos.
A vida dá umas  reviravoltas mesmo e eu tinha que aprender mais uma vez a cantar conforme a música, eu não podia alimentar raiva nem ressentimentos, eu não deveria julgar aqueles dois filhos da mãe, eu não queria passar a vida toda me lamuriando pelo ocorrido. Aconteceu essa fatalidade em minha vida, mas nada vai me fazer permanecer no chão.
As coisas com o tempo foram se aprumando, conheci novas amizades, amei novamente, estive feliz com a vida do momento, olhei para trás e não pude deixar de rir, não pude deixar de comparar minha vida de ontem com a minha vida de hoje.
O que é desgraça hoje é quase sempre felicidade amanhã. O que é triste e dolorido hoje não causa nada amanhã. A vida por si só se encaixa.
Acho até que as rasteiras que levamos tem um grande propósito de fortalecimento e amadurecimento, não deve ser à toa tantas experiências negativas, não é fácil se equilibrar em meios a tantas pedras, não dá para controlar as atitudes dos outros, nem morrer por causa dessas mesmas atitudes.
Arcise Câmara
Crédito de Imagem: Em France


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