quinta-feira, 10 de julho de 2014

A criança não julga, ela aceita


Agradeço ao exercício do não julgamento em que eu enfim me conscientizei, vou logo adiantando que não é fácil. Julgar faz com que não fiquemos felizes com o sucesso dos outros, pois merecíamos mais sucesso que eles.
Julgar é achar que o elogio é interesseiro, julgar é não ter humildade para aceitar com alegria os ensinamentos de qualquer pessoa, pois quem são eles para dizer o que acham certo.
Não julgar é ter alma e coração simples. Vez ou outra somos tomados de perplexidade por algo que observamos ou não julgamos coerentes, somos como o sol onipotente num dia de verão, vivemos uma vida dura, sem acreditar nas leis da vida.
Muitas vezes não temos capacidade de ouvir, vontade mínima para apagar muitos ressentimentos, sinais de um passado próximo ou remoto estão sempre presentes na nossa vida e se reavivam com muita intensidade e facilidade.
Nem sempre o homem que vive ao nosso lado é digno do nosso amor, o julgamento é bem diferente da observação, não julgar não consiste em acreditar em todas as coisas.
Houve um momento da minha vida em que não havia quem pudesse consolar, eu estava desolada, sem mesmo saber porquê, estava com problemas de falta de afeição, precisava de amparo, proteção, alguém para me defender e mais que isso, precisava receber afeto, precisava amar, me relacionar. Eu não entendia a minha necessidade e minhas carências do momento.
Eu estava muito longe de encontrar alguém, não havia expectativas para isso, eu escondia essa carência de mim mesma, eu via tudo, sentia tudo e fugia desses sentimentos, como se foge de  propaganda eleitoral gratuita.
Aquela angústia terrível me dominava, eu era amada, vivia bem e fiz minhas escolhas, resolvi voltar para o ex que se aproximou assim que me viu bem, eu julguei que estava pior do que estaria com ele e segui em frente, aos poucos as coisas foram ficando iguais, o fogo cessou, a intensidade da paixão diminuiu e eu li um Pesquisador renomado que dizia o que realmente tinha acontecido comigo: 90% das pessoas que se separam se arrependem. Aquilo se encaixou perfeitamente.
Os frutos foram um desastre inesperado, umas palavrinhas bem simples reduz tudo o que eu quero dizer “deu merda”, apesar das boas iniciativas na nossa reconciliação eram muitos os ressentimentos para curar sem saber qual remédio utilizar, a intuição nos dizia para começar tudo do zero.
Inicialmente foi difícil seguir a intuição, mas certas coisas são difíceis de voltar atrás, o respeito some depois de certas atitudes, mesmo com técnicas psicológicas sofisticadas, nem sempre é possível recompor o cristal quebrado. Nós deixamos passar em vão a oportunidade de ser feliz, mas podemos utilizar este aprendizado para sermos felizes com outros amores.
E assim resolvi conhecer outras opções, sem comer em excesso ou embriagar-me, sem dormir demais ou ter desejos surreais e compulsivos, cegos ou de amor romantizado de contos de fadas.
Arcise Câmara

Crédito de Imagem: casanaviagem.com

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