quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O dia se foi

 Imagem: Google
A vida passa depressa ou lenta, dependendo muito das nossas atividades, do nosso coração, já repararam como 30 segundos de micro-ondas duram uma eternidade, horas de internet passam num piscar de olhos.
A gente fica no quarto trancada, assistindo televisão, deixando a vida passar em vão, somos parte integrante do que queremos ser, umas vezes em passos lentos, outras em tempos acelerados.
Saudade do dia não aproveitado que se foi, da dose exata de solidão que faz nos conhecermos melhor, de falar bobagens, guardar segredos e elogiar bastante.
Não pareço a idade que tenho, 36 anos voaram e talvez por isso eu não me preocupo muito com idade, nem tenho razão para escondê-la, eu me preocupo apenas em perder a jovialidade da alma, de não me importar com o ser humano, de não ter motivos para confraternizar.
Tenho medo de faltar misericórdia, de surrar com julgamentos, de partir nas horas erradas, alguém viu minha bolsa com listas e lembretes das coisas que não devo esquecer, alguém viu os amigos que me dão toques sutis quando estou saindo do raio, cadê meus grupos de afinidade que me enchem de serotonina?
O tempo passou, mas aquela cicatriz no joelho esquerdo permanecer, eu me recordo perfeitamente no dia que o esfolei, naquele dia eu aprendi a ter medo para me proteger, aprendi que ser afoita sempre traz consequências.
Quase nada é de graça, as mudanças incomodam no início, tudo que se ganha se perde em outras coisas, ou é tempo, ou é dinheiro, ou o afastamento de alguém, a luz e a escuridão lado a lado.
O dia morre, a noite nasce, o dia renasce e o mais importante é não deixar o dia ir em vão.
- Arcise Câmara

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