sábado, 21 de dezembro de 2013

Decisões permanentes


É necessário entender as bases das decisões permanentes, eu teria feito assim na maioria das vezes, é que não gosto de “se”, não gosto de coisas mal resolvidas, não gosto de ter que voltar atrás, recomeçar com quem já conheço, gosto do novo, do início, do que ainda não me fez sofrer.
Não curto conversar com alguém que não tenho mais vínculo, é como se eu fosse discutir a relação que não existe, não sou fã de explodir por qualquer bobagem, mas já fui assim tempos e tempos.
Os pequenos acontecimentos me marcam profundamente, o olhar reprovador, o carinho diário, o cutucão, a gentileza cotidiana, eu presto mais atenções nas atitudes que na fala. 

Sou clara e específica quando o assunto é tristeza ou alegria, tenho habilidade em conversar chorando, de acumular conflitos, de não sentir que minhas necessidades básicas de carinho e atenção estão sendo atendidas, trabalho árduo para homens pouco pacientes. 

Analisando os casais ao redor, percebo claramente que há inúmeros maridos sustentados por suas esposas, o homem não tem mais orgulho em gerir a casa, ele se sente confortável em ter quem o banque, a mulher por sua vez não se incomoda em fazer o amado feliz financeiramente. 

Saímos de casa sem conversar sobre muitos assuntos, sem cuidar um do outro e com muitos motivos para conflitos, cada um por si virou palavra de ordem, não supro suas necessidades, nem ele as minhas e assim fica parecendo que eu me casei com o meu maior inimigo.

Algumas coisas que queremos do parceiro são apenas caprichos, querer que o outro seja quem ele não é, exigir alguém extrovertido, de alguém tímido, alguém espalhafatoso, de alguém comedido, é fantasiar no país das maravilhas, não mudamos nossa essência. 

Meu casamento fracassou, não foi em vão, havia comparações, mágoas e ressentimentos, havia pouco esforço para salvá-lo, nada servia, tudo ofendia, nenhuma mulher gosta de ser comparada, nem com a ex, nem com sogra, nem com a mãe, nem com a irmã, muito menos com ninguém, o que mulher gosta mesmo é de se sentir valorizada, amada, sintonizada com o parceiro. 

Não o vejo como irresponsável, imaturo, de temperamento forte, o vejo apenas como alguém que não me amou o suficiente para se manter casado e assim também me vejo, como alguém que não amou verdadeiramente apesar de tudo. 

Eu confiava nele às cegas, não sei se ele me traiu, não tenho certeza porque confiava demais em seu comportamento, mas ele se mostrava de passagem nos últimos momentos da nossa vida a dois e pela primeira vez isso gerou uma insegurança de que ele tinha alguém. 

Sou esquentada, sem papas na língua, vivia com raiva porque as coisas não caminhavam do jeito que eu gostaria, ficava insegura porque não me sentia à vontade de ser eu mesma, porém nunca me senti desvalorizada e mal-amada. NUN-CA! 

Tomei a iniciativa de me sentir feliz, de prestar atenção no que ocasionava tamanha infelicidade, precisava me sentir única, mas não era tão simples assim, sei que descarreguei em cima dele minhas frustrações, sei que desejei que ele me fizesse feliz erroneamente, agora sei que a felicidade deve brotar em mim. 

Eu me desliguei totalmente de mim mesma, pouco me importava o que eu fazia, com quem saía, como ia ser meu fim de semana, estava totalmente indiferente, nem parecia aquela mulher de antes, aquela que amava festas e eventos. 

Nunca me faltou elogios, eles não foram economizados, nunca me faltou críticas, elas também não foram economizadas, era tudo muito subjetivo a mesma coisa que me levou a ser elogiada numa manhã era alvo de crítica no dia seguinte. 

O riso esteve presente no relacionamento, principalmente nas horas descontraídas, o amor transparecia em mim através dele, porém, não tinha sentido, nada era igual, uma sensação de Maria-ninguém, que não éramos um, o jeito dele me incomodava, me fazia infeliz. 

Uma vontade de dar certo tão forte quando o sentimento de infelicidade que se instalou, mas a vontade passou.

- Arcise Câmara

- Crédito de Imagem: http://deyadiedrich.blogspot.com.br

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