Imagem: Google
Era um jogo, eu sempre soube, no
tabuleiro tínhamos o amor, a manipulação, a carência, a gentileza, as brigas,
os desejos, os anseios, o ego, o orgulho. Quando um não quer o outro brigava,
gritava, estrebuchava, ficava de mal, sem falar por 3 longos dias.
A civilidade perdeu espaço para a
arrogância, a gentileza perdeu espaço para a brutalidade, amor, carinho e
respeito saíram do jogo. Meu consciente gritava: Eu não preciso disto, mas essa
adrenalina dos tapas e beijos ainda me atraía, era incomum, novo e eu queria
ver até onde eu ia.
Eu corei de vergonha inúmeras vezes,
quando seu machismo e autoritarismo me fazia meu passar vergonha em público, eu
me espantava por tantas esculhambações recebidas do nada, eu ficava sem fôlego
com sua pegada de macho, era um misto de decepção e aprovação, uma relação
bipolar.
Chiei! Fui criada para ser feliz
martelou a vida inteira a minha mãe. Carpe Diem dizia a Sociedade dos Poetas
Mortos, eu me sentia cansada, impressionante cansada de ser brinquedo e
fantoche nas mãos dele, eu gostava de vê-lo feliz, mas percebia que ele ficava
feliz com a minha infelicidade.
Despedi-me afetuosamente, uma
separação amigável seria muito mais muito inteligente, em pouquíssimo tempo
voltei a me sentir feliz e relaxada, satisfeita comigo e com todos em volta.
Concordei que deveria buscar a felicidade, que cada dia seria melhor. Implorei
a Deus que ele me deixasse em paz, que as notícias não chegassem a mim.
Congelei de medo de entrar de cabeça em outra relação, de passar por caminhos e
cruzamentos iguais, de não ter aprendido a lição: quem ver cara não ver
coração.
Tanta coisa aconteceu, tanta coisa
mudou, eu soube exatamente por onde começar, quais promessas cumprir, quais
promessas não fazer, o que eu queria para mim.
- Arcise Câmara
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