segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Deixei sem olhar para trás



Imagem: Google

Era um jogo, eu sempre soube, no tabuleiro tínhamos o amor, a manipulação, a carência, a gentileza, as brigas, os desejos, os anseios, o ego, o orgulho. Quando um não quer o outro brigava, gritava, estrebuchava, ficava de mal, sem falar por 3 longos dias.
A civilidade perdeu espaço para a arrogância, a gentileza perdeu espaço para a brutalidade, amor, carinho e respeito saíram do jogo. Meu consciente gritava: Eu não preciso disto, mas essa adrenalina dos tapas e beijos ainda me atraía, era incomum, novo e eu queria ver até onde eu ia.
Eu corei de vergonha inúmeras vezes, quando seu machismo e autoritarismo me fazia meu passar vergonha em público, eu me espantava por tantas esculhambações recebidas do nada, eu ficava sem fôlego com sua pegada de macho, era um misto de decepção e aprovação, uma relação bipolar.
Chiei! Fui criada para ser feliz martelou a vida inteira a minha mãe. Carpe Diem dizia a Sociedade dos Poetas Mortos, eu me sentia cansada, impressionante cansada de ser brinquedo e fantoche nas mãos dele, eu gostava de vê-lo feliz, mas percebia que ele ficava feliz com a minha infelicidade.
Despedi-me afetuosamente, uma separação amigável seria muito mais muito inteligente, em pouquíssimo tempo voltei a me sentir feliz e relaxada, satisfeita comigo e com todos em volta. Concordei que deveria buscar a felicidade, que cada dia seria melhor. Implorei a Deus que ele me deixasse em paz, que as notícias não chegassem a mim. Congelei de medo de entrar de cabeça em outra relação, de passar por caminhos e cruzamentos iguais, de não ter aprendido a lição: quem ver cara não ver coração.
Tanta coisa aconteceu, tanta coisa mudou, eu soube exatamente por onde começar, quais promessas cumprir, quais promessas não fazer, o que eu queria para mim.
- Arcise Câmara





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