terça-feira, 15 de outubro de 2013

Entrei de verdade na vida dele


 
O amor não tem regras, estava com os pés atrás, as leis do amor e da liberdade de ir e vir tinham me feito sofrer, faz parte, todo mundo algum dia já levou um pé na bunda, já gostou de quem não gosta de nós, já escovou mais os dentes, passou mais minutos no espelho, fez um dieta, comprou roupas novas mesmo que ele nem notasse, era tudo para ele, a motivação era ele.

Eu cozinho muito bem, aprendi a técnica, cozinha lá em casa sempre foi bicho papão, mamãe fazia o trivial, mesmo tempero para todos os pratos, colorau, pimenta do reino, cebola e alho, nunca havia experimentado algumas marcas, especiarias então nem pensar, hoje a gente morre de tanto comer coisas sofisticadas.

Fui eu o tempo todo, multipliquei meus conceitos de felicidade, atravessei o universo dos sentimentos olhando para os dois lados e com muita cautela, esperava um amor amigo, um amor companheiro, um amor que aliviasse as preocupações.

Cada um tinha o seu particular, cada um amava de um jeito, era Amor eu sentia claramente, prometi amar eternamente, mas estava além das minhas forças e da minha vontade, não sou doutora no assunto, mas amor definha, amor entristece, amor não cuidado é um saco de pancadas.

Refinei meus sentimentos por mim, sem falsa modéstia amei-me propriamente como jamais tinha amado, era difícil conversar sobre sentimentos confusos, sentia muito, mas não sabia nada, tinha muita coisa a ser dita, muitas discursões acaloradas, muito pano pra manga, vida amorosa pode ser tudo, menos simples e era justamente essa simplicidade que eu acreditava e buscava.

Entendi o ponto que desisti, sei exatamente que foi na hostilidade, passamos a nos digladiar, alfinetar, inquietar. E foi assim...

- Arcise Câmara

Imagem: Google

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