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A teoria nos ensina a viver o luto e
até superá-lo, mas na prática tudo fica complicado e saudoso, sofremos, não há
opções menos dolorosas, menos traumáticas, menos doídas, nos aprisionamos ao
ente querido.
O caixão desceu, areias jogadas em
cima, flores, aplausos, homenagens, cartas e desabafos, o melhor enterro
fúnebre que posso pagar, mas não conseguimos deixar quem amamos partir.
As perdas são inevitáveis, é o
destino certo de todo mundo, a ausência faz sofrer, fica um sentimento de
vazio, uma sensação de perigo, os motivos não convencem e começamos a viver de
lembranças boas, de apego ao passado, de dolorosas saudades, se já é difícil
perder um jogo de tênis, dinheiro, celular, documentos, que dirá perder afetos,
perder pessoas amadas, perder a triste experiência de não mais ter.
A morte é passagem, a morte é isso, a
morte é aquilo, a morte está longe de ser conceituada, a ausência de vida, o
amor que se foi, a esperança de cura que acabou, o luto traz força brotada de
dentro, utilizamos a paciência, repousamos com choro e soluços, paralisamos a
vontade de viver, a vida fica sem graça, o luto é obrigatório, mas ninguém nos
ensinou, aprendemos na marra, deixamos de pertencer a vida do outro que se foi,
ganhamos um anjo, uma estrela, um guia.
Luto = Lutar por recomeço
- Arcise Câmara
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