quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cuidamos mais das nossas coisas que dos nossos relacionamentos




Quando queremos conquistar algo ou alguém, perguntamos, nos interessamos por assuntos similares, assimilamos novidades do outro, lembramos como foi que ela perdeu o medo de animais, as mudanças e reviravoltas que a vida deu, brindamos o amor em sua mais esplendorosa forma.
Fazemos concessões, mudamos se achamos necessário, renovamos nossas bodas mensais, a data do início do namoro jamais é esquecida, vamos almoçar fora naquele restaurante recém inaugurado ou um jantar romântico e italiano naquela cantina, recebemos flores e cartões gigantes expressões do nosso grande amor.
Com o tempo passamos a não mais alimentar o amor que vai ficando fraquinho, doente, desnutrido, o nosso cuidado e atenção não é mais igual, o nosso carinho e esmero são engolidos pela rotina chatinha, a nossa atenção se volta para as coisas, as contas, as crianças, a balança, o vestido novo, o salto 15, mesmo inconsciente nossa intenção em amar e ser amada continua a mesma, apenas somos negligentes.
O zelo que a relação exige é esquecido facilmente, não somos precavidos com um sentimento tão nobre e deixamos que este sentimento adormeça e até morra por puro desleixo.
Faltam palavras para expressar carinho e gratidão, falta enxergar o outro com aquele primeiro olhar, falta andar pela casa com o mesmo cuidado e pontas dos pés que fazíamos para não acordar o amado antes da hora, falta valorizar o que de fato nos é importante.
Substituímos elogios por reclamações: reclamamos da vida, do bafo, das sandálias, da toalha molhada em cima da cama, do vestido curto, da louça quebrada, chegamos ao limite que ninguém aguenta, aquele que só abrimos a boca para falar mal ou reclamar, é chato o tudo ou nada de algumas pessoas, inclusive de quem vos fala. Sou oito ou oitenta, ainda não aprendi conciliar o meio termo.
Passado no passado, mesmo que tenha sido bom e até ótimo. Não volta! Não volta! O que passou, passou! Então nada de comparar sua vida hoje com sua vida ontem, nada de se achar melhor ou pior que suas referências de passado. Você pode e até deve tentar melhorar o seu futuro, mas o seu passado, independente de foi bom, mais ou menos ou ruim não se reconstrói. Temos a triste ilusão de que o que está lá atrás era melhor, mais romântico, mais amor, mais vivo... Não viva de ilusões, trazer o passado para o presente só vai desvalorizar sua relação atual.
O amor sobrevive de recomeços, de viver o presente, de incertezas certas de que aconteça o que acontecer vou ter apoio, diálogo e amor, que está junto não é apenas uma possibilidade descartada e sim a mais linda história de amor.
- Arcise Câmara



Nenhum comentário:

Postar um comentário