quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Amizade e Imparcialidade


Eu me sinto amada e querida por meus amigos, às vezes também me sinto abandonada pelos próprios amigos e por conta disso resolvi pensar alto sobre imparcialidade. Resolvi refletir os fundamentos psicológicos que não somos iguais, que pais não devem educar e tratar filhos de forma igualitária, somos diferentes, o filho do meio é diferente do primogênito que é diferente do caçulinha.
Os líderes devem diferenciar colaboradores, uns só trabalham na pressão, outros basta alguns estímulos, crianças doces, crianças meigas, crianças azedas e crianças amargas, assim como jovens e adultos.
A percepção das coisas mudam, as mochilas vem lotadas desde o ventre.
As prioridades, ou as iniciativas, ou ainda, a pré-disposição é atribuída a escuridão ou a luz de cada um, o brilho próprio ou ofuscado da vida.
Não é fácil se assumir criança, estudar tabuada, aprender a somar, dividir, multiplicar. Não é fácil ser avô, tentar explicar aos pais de primeira viagem como você fez com os seus filhos, as superstições que rondam o bem-estar do bebê, a experiência confrontando as orientações pediátricas, a vontade de mimar, cuidar, abraçar e brincar sem limites, o deixar pra lá as peraltices e a paciência longa da idade.
Não é fácil ser mãe, ter a responsabilidade de educar, de cuidar, de amparar, aconselhar, instruir, isso administrando a culpa por deixar com babás ou empregadas e se lançar novamente no mercado de trabalho.
Não é fácil ser pai, dividir com a mãe as tarefas, as contas, as responsabilidades, deixar a preguiça de lado para curtir e brincar com os filhos, deixar aquele Jornal da Band para ler historinhas que só ele sabe contar.
Não é fácil ser filho, ter tarefas e obrigações, obedecer sem se sentir contrariado, às vezes assumir responsabilidade com os irmãos menores, ser o estudante dos sonhos, o filho amado, conquistar a admiração dos pais, a fidelidade de dois melhores amigos.
Não é fácil ser gerente, assumir e abraçar erros alheios que deveriam ter sido vistos, tentar agir com justiça, motivas colegas profissionais, atingir metas, cumprir prazos, ler tudo e ser responsável por atos de toda a equipe.
Não é fácil ser líder, ser líder na essência da palavra, ser o gerente dos sonhos, ser a motivação em pessoa, o resolvedor de problemas, o moderador de conflitos, a iniciativa de soluções.
Não é fácil ser gente, não é fácil mudar o íntimo, mudar a raiz, mudar a forma de ver o mundo, de pensar e refletir.
Não é fácil amar, não é fácil escolher amar quem te magoou, não é fácil fazer escolhas, não é fácil sofrer e não transparecer, não é fácil está feliz sem despertar a inveja, a ira, a raiva. Não é fácil ser julgada por coisas que você não fez, ou não se sentir ofendida quando alguém finge que não te viu. Não é fácil viver no mundo de faz de conta onde só você é chata, fraca, franca, egoísta, sangue quente. Não é fácil ser imparcial, quando o seu amor, seus projetos, sua vida, seus anseios, seus desejos e tudo que você já viveu e vive incorporam na sua maneira de ver o mundo.



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