Muitas vezes quero surtar e paro para refletir o que as pessoas
vão pensar de mim. Não tenho estomago para tomar atitudes por impulso e depois
me arrepender. Perco muito tempo analisando como devo me comportar. Cansei da
vida dos impulsos e arrependimentos.
Cansei de ódio de mim mesma, cansei de ser infeliz noite adentro,
pensando nas coisas ruins que fiz ao longo do dia, cansei de desembaraçar minha
sensibilidade. Nunca fui acostumada a contatos sociais fáceis e calorosos,
tenho dúvidas quanto a isso.
É difícil falar livremente tudo que eu penso, o mundo está cheio
de má vontade, as pessoas estão acostumadas a diminuir uns aos outros. Sempre
fui direta ao dizer a verdade, mas esse não é um bom caminho.
Eu não resisto aos impulsos, estou consciente da minha
vulnerabilidade, das minhas flutuações de humor, de qualquer significado
emocional que o impacto disso me traz. Seria desonesto eu discordar de tudo que
sinto.
Sentia-me aprisionada nas minhas atitudes, muitas vezes revigorante
e perturbadora. Tinha sentimento de distância em relação as pessoas e uma preocupação
exagerada com opiniões dos outros.
Mantive em cativeiro permanente das emoções, escutei as batidas do
meu coração, evitei o poder de estar certa, aprendi a relevar comportamentos
alheios, sem submissão e sem autoridade.
Falo por mim, não por você. Eu me incomodo com muitas coisinhas,
isso me deixa pouco à vontade em revelar minhas facetas. Ignoro qualquer pergunta
que não quero responder, finjo que não ouvi, nisso sou boa. Quem não obedece a
si mesmo é escravo dos outros.
Preciso de envolvimento pessoal para evitar confusões, evitar discussão
e surtos. Dá resultado. A gente fica mais minimalista nas atitudes, fica mais
compreensiva e sensível, promete a si mesma não atirar a primeira pedra.
Espero confortar as personalidades de quem assim como eu precisa
de conselho que enfoque a vida feliz e mais leve.
Arcise Câmara
Imagem: urbanarts
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