Estava desprovida de humor além de estar dominada, não
podia ter amigos, não podia falar do meu relacionamento, não podia estar
disponível para homens solteiros.
Não queria enfrentar sua frieza outra vez, eu era
apaixonada, eu acreditava em cada palavra que ele dizia, eu acreditava piamente
que mesmo morando na mesma casa não eram casados, não tinha toque, nem tesão,
muito menos sexo.
Não ajo assim de propósito, eu era cega de amor, eu tinha
problemas nos joelhos e ele me acompanhava ao ortopedista, pagava as consultas,
comprava os remédios, isso era amor na minha forma de pensar.
Eu culpava a “ex-mulher” pelo que dava errado na nossa
relação, culpava a filha problemática, as dívidas, o “não posso me expor com
meu chefe conservador que não entendia que divórcios acontecem”.
Desejava estar com ele em algumas ocasiões que não o
tinha, tocá-lo, beijá-lo, acaricia-lo, dizer doçuras no ouvido e pensava por
míseros minutos do porquê ele estar longe.
Todos têm defeitos e virtudes, mas eu achava ele o
máximo, não sei o que tinha feito para merecer alguém tão bondoso, atencioso,
cuidador, zeloso, altruísta, simpático de sorriso cativante.
Nunca entenderei os homens, eles parecem frios, mas se
compadecem das “ex-esposas”, eles se parecem preguiçosos, mas pagam empregadas
para tua unhas ficarem bonitas por mais tempo.
Todo mundo cria possibilidades na vida, eu agarrei a
minha com unhas e dentes, o amor da minha vida tinha surgido e eu jamais
deixaria escapar, nós nos amávamos, nos respeitávamos e queríamos um ao outro
com toda a força do universo.
Um ano novo para tentar mais uma vez transformar meu
coração velho em novo e quem sabe, mudar o mundo, precisava mudar meu mundo, eu
cansei de esperar por disponibilidade,
ou ele fazia ela sofrer ou eu permaneceria sofrendo.
Desejava amor, apreço e atenção e dava esses mesmo
sentimentos de forma totalitária. A ficha custou a cair, eu precisava de amor,
de segurança, de presença e principalmente de RESPEITO.
Arcise Câmara
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