O mar devolve tudo que a gente joga nele, às vezes
vivemos de expectativas irrealistas, a gente repete de certa forma o que
aprende, o que lê, o que toma como exemplo.
De alguma forma bloqueio preconceitos, traumas, ansiedade,
desconfortos. De outra forma sou intensa, apaixonada, chorona. Dou relevância a
pessoas que não me valorizam.
De repente, nem julgo nem condeno, tentando entender o
mundo. Era bocuda, contava tudo para todo mundo, só me reservava para as coisas
mais amplas tipo: o casinho de alguém, a puladinha de cerca da sicrana, o
relacionamento fracassado que tentava consertar.
Tornei-me a moça depressiva, a que não liga para os pais,
que usa as pessoas que lhe querem bem, que expulsa o bom senso da vida, que
atrapalha a própria felicidade.
A gente nunca conhece de fato o mundo, nem as pessoas,
nem as coisas. É tudo sob nossa percepção, ligado a tudo que nos azucrina. Quem
não conhece o homem que só percebe que ama depois que perde.
Viver é um obstáculo cativante, carismático, articulado,
divertido, inteligente e irônico, viver traz a sensação de que falta alguma
coisa, que gratidão não é dívida, que nosso patrimônio imensurável é o coração.
Por que estou tão descontente com a minha vida? Com a
falta de atenção? Com o me sentir fanfarrona e divertida sem nada para dizer,
tentando adaptar-me ao mundo dos desejos.
O verdadeiro amor não busca poder, sabe ser gentil,
honesto, fiel, sabe se preparar para o natal todos os dias. Reza a lenda que não
existem garantias, a lenda está certa, as origens dos relacionamentos apontam
para esse fato e assim do nada, lembrei que somos apenas bons amigos.
Procurei atingir o melhor de mim mesma, dividi a vida em
passado, presente e futuro, mantive o amor vivo com grande esforço, com talento
singular e uma maneira única de expressá-lo.
Eu sei que tenho um coração gigante, mas nem sempre esses detalhes são
importantes.
Arcise Câmara
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