Pedi à vida
que que me desse uma nova oportunidade de encontrar o amor, pedi a vida que
meus sonhos se tornarem realidade, pedi a vida que me desse pelo menos dois rebentos
e um homem que me faça tão feliz.
Pensei com calma
nas características da pessoa que eu queria compartilhar minha vida para
sempre, escolhi a dedo todas as qualidades, algumas não dignas de mim, eu não
me conformava em ficar sozinha, já estava na profissão errada, já tinha perdido
a calma para a vida amorosa, eu que sempre amei de verdade.
Pois é amor,
a distração do meu coração entende. Por muitas vezes não me apaixonei pelos
homens com quem eu estava e sim pela fantasia que tinha a seu respeito, uma
vontade de dar certo, com várias boas razões para ser assim.
Eu soube que
era ele assim que o vi pessoalmente, eu gostaria muito de aprender todas essas
coisas sobre o amor, não escondia de ninguém que não me sentia à vontade
sozinha, aceitei os fatos com entendimento, porém discursava o inverso, tinha o
discurso autossuficiente.
Sempre senti
que ele não me aceitava do jeito que eu era, ele sempre falava em tom de pesar,
porém o laço que nos une é forte e verdadeiro, numa hora felicidades e risadas,
noutras, esporros e desentendimentos, como tem que ser.
Uma das
coisas que eu não gostava era o fato dele me tratar como autoridade, parecia o
tempo todo diminuído, tentei achar justificativas para isso, mas não consegui.
Ele
prometera a si mesmo nunca mais se envolver com ninguém, tinha sofrido
decepções graves, abandonado no altar, então se entregar ao amor não aconteceria
tão cedo. Eu o amava e nunca senti por ninguém o que sentia por ele, então o
coração foi mandando no corpo inteiro e de forma racional, amorosa e
diplomática fomos nos entregando.
Nenhum rancor
nos envolveu, nenhuma tristeza tomou conta, nossos “baixos” eram normais de
qualquer casal, nossos “altos” era incrivelmente felizes.
Estou certa disso! De que seremos felizes na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,
na riqueza e na pobreza, sem a “inevitável” separação, sem o “adeus” e sem o “te
cuida”.
Criamos
expectativas fora da realidade para esse momento a dois, sua mãe vinha cheia de
conselhos, os seus pais achavam cedo demais, a conversa degringolou a partir
daí num tom de façam o que nós dizemos.
Anotei as
dicas automaticamente no inconsciente, dei notícias de que vida de casada era
mais fácil do que eu pensava, eu não queria ver nem ouvir nunca mais qualquer
assunto que se referisse a qualquer ex amor ou da minha parte ou da dele, mas
peralá se tudo está uma delícia porque vocês se matavam de insegurança? Porque
já conhecemos história de casamentos em crise por ex ou por amiga do casal.
Apesar dos
desentendimentos, somos felizes, somos diferentes até em classes sociais, somos
merecedores de todo o esforço, buscamos a felicidade, demos a nossa vida um
caráter de competição em sermos serenos, sensatos e felizes.
Nenhum de
nós é o mesmo, algumas características melhoraram, outras pioraram, nossa
sedução mútua aumentou, buscamos o prazer sem limite e nos alegramos em
experimentar coisas novas sem sombra de dúvidas.
O bem-estar
tomou conta, nos tratamos com deferência, ficamos mais quietos e despretensiosos
me tornei amiga do meu amor, não parávamos de conversar nem de dia nem de noite,
tornei-me mais discreta, foram muitas tentativas frustradas, muitos erros, mas
honestamente a independência da nossa relação nos uniu e une até hoje, com as
imperfeições do amor temos uma família feliz.
Arcise
Câmara
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