Imagem: Google
Achava que os
tribunais protegiam os inocentes, mas nem
sempre é assim, tem gente honesta que mandaram para a cadeia, tem gente que não
consegue provar a sua inocência por falta de testemunhas, tem dúvidas que se
tornam verdades pela mídia.
Achava que todos
os meus amigos me amavam, mas não é bem assim, a gente sente a inveja rondando,
o descontentamento pela promoção, a gente nota pessoas que a gente ama
urubuzando a gente.
Achava que
tinha morrido meu amor por ele, mais foi balela, estava tentando me enganar,
tentando não pensar, tentando me apaixonar, tentando trilhar novos caminhos,
mas eu continuava o amando como antes, mesmo que a cada dia que passasse eu
amava mais e mais um desconhecido que me impressionava negativamente.
Achava que
era uma esposa fiel, mas vira e mexe pensava em como poderia ser a minha vida
se estivesse solteira, ou se estivesse casada com aquele ex-namorado
fantástico, ou se estivesse esperado um pouco mais para casar para concluir o
pós doutorado.
Achava que me
amava, mais as coisas tinham que me satisfazer, amar quem te agrada é facinho,
amar quem adivinha teus pensamentos é show, amar quem desperta todos os seus
sentidos é como andar nas nuvens, esquecemos que as pessoas erram e comete
injustiças, inclusive o ser amado.
Achava que bastavam
boas intenções e assim fiz escolhas erradas na política, ao eleger a síndica do
prédio e em tantas escolhas como o homem que eu amo que nem tem o beijo tão
apaixonado de antes, que não me deixa sem fôlego na cama e que se não fosse eu
segurando a relação pela mão já teria acabado há muito tempo, não nos dávamos
bem, mas sempre existe aquela velha desculpa de que o amor é cego e é nela que
eu tenho que me agarrar.
Achava que
sono profundo, aqueles tipo desmaio ajudava a deixar os problemas para depois,
amenizar suas causas e seus efeitos, resolver a matemática complicada e achar
as soluções.
Eu achava que
precisava lutar por mim mesma, voltar à razão, pegar a chave da minha vida,
falar com ele tudo que eu pensava e sentia ficar brava quando necessário, não
aceitar desrespeitos de ninguém, na minha cabeça tínhamos muitas opções para
sair do buraco, de deixar de ser uma derrotada para ser uma vencedora, eu supus
que ele também queria a vitória da nossa relação.
Eu rio das
coisas que eu achava, do convulsionismo que se instalou, da paralisação de um
que deveria ser um time, uma dupla, uma equipe, que a beleza do olhar sincero
teve morte prematura, eu olhei para ele e sorri, nesse momento percebi que era
preciso ter feito mais barulho, calei e segui.
- Arcise
Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário