sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Mais barulho



Imagem: Google

Achava que os tribunais protegiam  os inocentes, mas nem sempre é assim, tem gente honesta que mandaram para a cadeia, tem gente que não consegue provar a sua inocência por falta de testemunhas, tem dúvidas que se tornam verdades pela mídia.
Achava que todos os meus amigos me amavam, mas não é bem assim, a gente sente a inveja rondando, o descontentamento pela promoção, a gente nota pessoas que a gente ama urubuzando a gente.
Achava que tinha morrido meu amor por ele, mais foi balela, estava tentando me enganar, tentando não pensar, tentando me apaixonar, tentando trilhar novos caminhos, mas eu continuava o amando como antes, mesmo que a cada dia que passasse eu amava mais e mais um desconhecido que me impressionava negativamente.
Achava que era uma esposa fiel, mas vira e mexe pensava em como poderia ser a minha vida se estivesse solteira, ou se estivesse casada com aquele ex-namorado fantástico, ou se estivesse esperado um pouco mais para casar para concluir o pós doutorado.
Achava que me amava, mais as coisas tinham que me satisfazer, amar quem te agrada é facinho, amar quem adivinha teus pensamentos é show, amar quem desperta todos os seus sentidos é como andar nas nuvens, esquecemos que as pessoas erram e comete injustiças, inclusive o ser amado.
Achava que bastavam boas intenções e assim fiz escolhas erradas na política, ao eleger a síndica do prédio e em tantas escolhas como o homem que eu amo que nem tem o beijo tão apaixonado de antes, que não me deixa sem fôlego na cama e que se não fosse eu segurando a relação pela mão já teria acabado há muito tempo, não nos dávamos bem, mas sempre existe aquela velha desculpa de que o amor é cego e é nela que eu tenho que me agarrar.
Achava que sono profundo, aqueles tipo desmaio ajudava a deixar os problemas para depois, amenizar suas causas e seus efeitos, resolver a matemática complicada e achar as soluções.
Eu achava que precisava lutar por mim mesma, voltar à razão, pegar a chave da minha vida, falar com ele tudo que eu pensava e sentia ficar brava quando necessário, não aceitar desrespeitos de ninguém, na minha cabeça tínhamos muitas opções para sair do buraco, de deixar de ser uma derrotada para ser uma vencedora, eu supus que ele também queria a vitória da nossa relação.
Eu rio das coisas que eu achava, do convulsionismo que se instalou, da paralisação de um que deveria ser um time, uma dupla, uma equipe, que a beleza do olhar sincero teve morte prematura, eu olhei para ele e sorri, nesse momento percebi que era preciso ter feito mais barulho, calei e segui.
- Arcise Câmara



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