Imagem: http://feliz100idade.com
Comemorar é apenas um pretexto, amo
amigos ao redor da mesa, amo festejar aniversário, detesto ter que fazer
convites, deveria ser obrigatório receber visitas amigas no seu grande dia,
sentir o cheiro da pele, matar a saudade do corre-corre diário.
Amo combinações culinárias, peixe com
feijão, baião com sardinha, salmão cru, comidas culturalmente diferentes, só
rejeitaria cão e gato, gosto de novidades gastronômicas, gosto do novo, das promessas
cumpridas, da liberdade para falar sem ofender, do agir com generosidade, do pensar
no outro, de lutar por seus ideais.
A comida nos remete as emoções, quem
não se lembra de uma boa conversa ao redor da mesa, de boas lembranças da festa
querida, tudo vem à tona quando a mesa é partilhada com afeto, com respeito com
brigadeiros.
Tenho uma conduta ética em relação à
comida, não me oponho a comer comida de ontem, não sou capaz de estragar
comida, de desperdiçar alimentos que sobram para mim e faltam para os outros,
não curto desperdício de nenhuma forma, se eu pudesse dá voz ao mundo eu diria:
Não desperdicem, meu pai passou fome, sofreu com isso, por várias vezes deixou
de comer para que seus irmãos menores comecem um pouquinho mais.
Ando acuada para reagir certos
comportamentos, não quero me estressar, mas alguns acontecimentos despertam minha
raiva de uma forma incontrolável, devo evitar a discussão? Devo me esconder num
buraco? Fingir que não me atinge? Não consigo! É tortura demais, sou sensível
demais para fingir que não vi, gosto de tratamentos igualitários, detesto violência,
mas expresso a minha raiva em assuntos mal resolvidos.
Sentir raiva não dá jeito, não sei se
ajuda, acho que atrapalha, interrompe o ciclo do bom diálogo, inicia-se a
hostilidade, tem raiva que dura a vida toda, tem gosto de pão mofado, faz mal,
até mata, o bom mesmo é viver a vida relaxada, com refeições saudáveis, com
cheirinho de pão quentinho com manteiga derretendo, com sabor de família, de
paz e harmonia.
- Arcise Câmara
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