sábado, 11 de maio de 2013

A situação me assustava demais


Estava sendo vítima de boataria, meu nome estava na boca do povo, no início repercutiu uma sensação de revolta, quem disse isso, quero processar, mas já havia tomado proporções gigantesca, eu cheia de regras do "de onde se tira o pão não se come a carne", eu me desviando de qualquer relacionamento com colega de trabalho e o boato prosperando sem o menor sentido.

Ria das fofocaiadas e fazia uma breve reflexão de quantas inverdades são ditas por aí, de quanta mentira eletrônica ou boca a boca são ampliadas e apimentadas, eu já sabia dessas contradições, lembrei até da foto da moça segurando de um lado uma criança e do outro um periquito em que o humor negro substituiu o periquito por uma arma numa montagem de que as pessoas pediam punição à moça aos órgãos competentes. Tenho muito medo de repassar informações inverídicas, de ser presa fácil de fofocas alheias.

Para quem não tem o que fazer, tudo se relaciona com tudo um "bom dia" vira um "oi amor", "uma frecha de sol" vira "a luz divina", cada um interpreta a sua vida e a do outro conforme seu modo de ver, igual a fanáticos religiosos que manifestam fórmulas doutrinárias para tudo, do calo no pé a orfandade e que confundem fé com religião, a teoria das teorias.

Pensei com meus botões em dialogar, mas seria um esforço gigantesco ir atrás da raiz da fofoca, tomar satisfações por inverdades, alterar-me e até gritar, falar sem voz baixa ou tom sereno o quanto aquilo tudo me atingiu, mas eu me conheço tão bem e sei que num momento desse não teria tolerância, nem respeito, nem a disponibilidade de ouvir, não conseguiria falar baixo, não seria uma conversa e sim um monólogo desabafo, não deixaria sequer a pessoa tomar a palavra para se expressar, jogaria uma avalanche de verdades, sendo dura e fria ao me sentir contrariada.

Minha pequena dor pessoal e intransferível fazia sentindo apenas para mim, estava com tag direcionada para mim, um detalhe que me servia de reflexão, chega de mexer na mer#@, eu ainda ia ouvir de alguém que dei motivos, "as vítimas sempre deram motivos", resolvi então repassar o bastão, a responsabilidade indicidual por cada ato, excluir-me disso, não fiz, não fui eu, provar alguma coisa para quem, comprei um pacotinho a mais de espírito crítico, diminui a tensão e o esgotamento físico, minimizei o drama como de costume, adormeci a raiva independente das raízes, lencei-me ao cansaço e fui dormir, um sono leve como o não habitual.

Após toda adrenalina, percebi que não havia o último capítulo da novela, que minha indignação não pararia com os boatos, talvez até os fortalecessem, por razões desconhecidas alguém viu o que não aconteceu pelo motivo simples de ter notícia para contar, não sei se essas coisas acontecem de caso pensado ou a mentira vira vício, falar do outro vira satisfação pessoal, uma natureza doentia e não assimétrica, um desequilíbrio involuntário, uma concepção fechado e fosca.

O que fica de aprendizado? Quem sou eu para me meter na nas ilusões e fantasias, só posso comigo.

- Arcise Câmara 

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