sexta-feira, 10 de maio de 2013

A vaidade e o ego

                                                                        Imagem: Tumblr

Sempre gosto de falar de ego, é um assunto bem tratado por mim, acho que pelo meu desejo ainda relutante de voltar à sala de aula, porém, infinito em me tornar psicóloga, acho tão decisivo e próprio falar do ego porque o ego deve ser tratado se estiver desfuncional, assim como os hormônios, é assim que penso.

O ego é importante na medida certa e eu tenho um monte de relatos para contar, o de uma amiga minha que nem ficou feliz porque o ex reapareceu pedindo clemencia, poderia sim ter massageado o ego do "toma!" ou do "corre atrás" ou do "percebeu o quanto perdeu", mas ao invés disso, desses sentimentos mesquinhos e vingativos que tornam nosso ego refinado na mágoa, ela preferia mil vezes que ele nem tivesse voltado, que ele nem tivesse se arrependido e que ele estivesse muito feliz ao lado da outra, assim como ela está megamente feliz sem ele.

Tem aquele ego magoado da pessoa que foi "trocada" que o ser humano pensa assim, pode ficar com qualquer uma, menos com aquela, ou ainda o ego daquela modelo que não revela o nome do pai da criança mas também não abafa nenhuma fofoca de possíveis pais casados e comprometidos e ainda põe pilha em twitter falando que o nariz parece com o pai, na época que a bola da vez era o Luciano Huck.

O ego e a vaidade são amigos próximos que combinaram um encontro e nunca mais se desgrudaram,  andam de mãos dadas, um não vive sem o outro, há compreensão, gratidão e respeito, tudo muito amigável, sem brigas ou divórcios, há muita compatibilidade de gênios, o que falta num o outro completa. O ego não é apenas amor, romance, ele está ligado em tudo ou quase tudo: grana, poder, glória, vaidade, plásticas, botox, silicones na bunda, no peito, na batata da perna. Também está ligado com a violência, com a agressão, senão o que os outros vão pensar, vão dizer que sou mole, frouxo, marica, preciso dar tapas nem que seja com luva de pelica, preciso mostrar com quantos paus se faz uma canoa, preciso fingir que não doeu - hum, melhor pular essa parte.

Não preciso de reconhecimentos silenciosos, preciso ser exaltada, preciso de grandes gestos, de bonitos gestos, de gratuitos gestos, preciso que o outro não espere recompensa, mesmo que eu espere todo o retorno possível, preciso da lealdade estampada na voz, preciso de papos sem "cheios de dedos", preciso de conversa franca, preciso de emoção, preciso alimentar meu ego e minha vaidade a cada instante. Preciso assumir posturas que não seja um poço de contradições, preciso de mais, não preciso do menos, não preciso de percurso pela metade, não preciso de críticos, eu me enxergo, tenho espelho, não preciso fazer apologia a isso ou aquilo, não preciso de agonia, preciso que a vida se prolongue em volta dos meus desejos e anseios. A vaidade e o ego estão no cabeçalho de muitas vidas.

- Arcise Câmara

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