É assim que me descrevo, meu maior desejo é voltar ao
mundo livre, sem julgamentos, sem arrogâncias com sonhos possíveis de realizar,
com artifícios sociais de fraternidade.
Não há mudanças nas tendências, a gente generalizou muitas
coisas, é difícil desconstruir, são condições necessárias de existência: pensar,
refletir, temos que evitar as clonagens sociais.
As pessoas se esforçam tanto para esconder seu eu
verdadeiro, ficam conformistas, acham que precisam salvar o marido agressivo,
não pensam que relações não significativas não servem.
Ontem estava perdida para sempre e não voltarei jamais a
inércia que se acoplou em mim por décadas, mantive frias as relações
interpessoais, falei do divino sem divinizar na prática.
Eu era um verdadeiro potencial atônico, não há substituto
para o tempo e eu perdi mais da metade da minha vida, eu me contive na ideia de
ajuda e assistência, vivi na maior escuridão.
A maioria das pessoas mantém seu senso de espaço, mas eu
não, faltou raciocinar e refazer minha programação mental, celebrei a dura
retomada da consciência e foi uma reflexão que durou três horas.
Perdi-me no caminho do meio, analisei e identifiquei as
atividades não produtivas, perdedoras de tempo e livrei-me delas, estudei hermenêutica
e percebi que era ocupada demais com coisas inúteis. Quantas coisas as pessoas
ocupadas estão fazendo que não faria falta nenhuma?
Por várias vezes eu havia sido convidada por mera
delicadeza e eu me achava querida e pública, eu agradecia e ia feliz, até que
percebi o tratamento diferenciado entre mim e os demais convidados.
Há ainda as reuniões que tenho que comparecer por
proforma, tempo dos outros e meu jogados fora, reuniões improdutivas sem o
desejo de mudança efetiva no mundo coorporativo, reuniões excessivamente longas
e sem propósito de construção de metas efetivas.
Sempre tive medo de cortar alguma coisa importante por
engano e pro causa desse medo fazia um numero grande demais de coisas
desnecessárias e improdutivas, preocupei-me com perda de tempo quando aprendi
que é o único bem precioso que se deixo escapar não consigo recuperar nunca
mais.
Arcise Câmara
Imagem: gnt
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