quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Colorida, criativa e ágil


É assim que me descrevo, meu maior desejo é voltar ao mundo livre, sem julgamentos, sem arrogâncias com sonhos possíveis de realizar, com artifícios sociais de fraternidade.

Não há mudanças nas tendências, a gente generalizou muitas coisas, é difícil desconstruir, são condições necessárias de existência: pensar, refletir, temos que evitar as clonagens sociais.

As pessoas se esforçam tanto para esconder seu eu verdadeiro, ficam conformistas, acham que precisam salvar o marido agressivo, não pensam que relações não significativas não servem.

Ontem estava perdida para sempre e não voltarei jamais a inércia que se acoplou em mim por décadas, mantive frias as relações interpessoais, falei do divino sem divinizar na prática.

Eu era um verdadeiro potencial atônico, não há substituto para o tempo e eu perdi mais da metade da minha vida, eu me contive na ideia de ajuda e assistência, vivi na maior escuridão.

A maioria das pessoas mantém seu senso de espaço, mas eu não, faltou raciocinar e refazer minha programação mental, celebrei a dura retomada da consciência e foi uma reflexão que durou três horas.

Perdi-me no caminho do meio, analisei e identifiquei as atividades não produtivas, perdedoras de tempo e livrei-me delas, estudei hermenêutica e percebi que era ocupada demais com coisas inúteis. Quantas coisas as pessoas ocupadas estão fazendo que não faria falta nenhuma?

Por várias vezes eu havia sido convidada por mera delicadeza e eu me achava querida e pública, eu agradecia e ia feliz, até que percebi o tratamento diferenciado entre mim e os demais convidados.

Há ainda as reuniões que tenho que comparecer por proforma, tempo dos outros e meu jogados fora, reuniões improdutivas sem o desejo de mudança efetiva no mundo coorporativo, reuniões excessivamente longas e sem propósito de construção de metas efetivas.

Sempre tive medo de cortar alguma coisa importante por engano e pro causa desse medo fazia um numero grande demais de coisas desnecessárias e improdutivas, preocupei-me com perda de tempo quando aprendi que é o único bem precioso que se deixo escapar não consigo recuperar nunca mais.

 Depois de moldar uma parte cada vez maior de mim, do meu tempo, do meu trabalho, me tornei o que sou hoje.

Arcise Câmara

Imagem: gnt

Nenhum comentário:

Postar um comentário