Em pleno século XXI é com muito pesar que percebo a gritante desigualdade entre homens e mulheres no sentido de violência doméstica, quer física, quer emocional.
Eu paro para pensar, refletir, estudo antropologia, leio matéria, Lei Maria da Penha, assisto noticiários de mulheres sendo mortas e vítimas de algozes e me pergunto, por quê? Porque não se dar um basta? Porque não se denuncia? Porque existe a esperança de mudança? Porque, porque, por quê??
Ás vezes me pergunto se foi à criação permissiva, às vezes me pergunto se é autoestima baixa.
Porque as mulheres são frágeis a ponto de aceitar tamanha humilhação e desrespeito? Se colocam na posição de vítimas, às vezes faço julgamentos, às vezes chego a pensar que a pessoa apanha e fica com o companheiro em troca de casa e comida, pode ser tudo, menos amor, é possível amar quem te agride, quem te humilha, quem te explora? A minha plantinha chamada amor, morre com muita facilidade, morre com falta de atenção, morre com grosserias, morre com desdém, com comparações, com xingamentos, morre com sentimento de competição.
Outras tantas vezes acho que é falta de amor próprio, eu não me amo e não me respeito então eu não recebo amor e respeito dele. Ou eu tenho tanta carência afetiva que me predisponho a qualquer um, de qualquer jeito.
Não são poucas as mulheres que aguentam abusos, não são poucas as mulheres que perdoam o imperdoável, são tratadas como coisas, objetos, resolvem tudo até os casos mais graves com palavras de desculpa, com sexo, agüentam por medo, por comodismo, por dependência financeira e o pior dependência emocional. Amam demais, às vezes acham que amam, outras tantas acham que são amadas, ilusão, pura ilusão.
Eu já sofri violência emocional e dói tanto quanto um tapa na cara, o outro faz de tudo para minar sua autoestima, para culpar, para comparar, para tolher, você não nasceu pronta, está com 100% defeito e precisa de ajustes, muitos ajustes.
Não sejamos complacentes com violências de nenhuma ordem, não amemos de forma torta, de forma errada.
Ame-se acima de tudo, não se acostume com o morno, com o mais ou menos, com o péssimo, com o inadmissível. Resgate a si mesma, antes que seja tarde demais.
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