Com que frequência vocês ligam para a amiga que só fala
contigo se você for atrás? O maior erro
da gente é não dá importância a não reciprocidade, às vezes a gente nem
percebe, outras a gente finge não perceber.
De algum jeito a gente vai acabar percebendo, quando
estivermos na escuridão e a amiga nem souber, quanto a gente mente sobre si
mesma achando que é a vida querendo nos afastar e que no fundo a amizade sempre
esteve lá, nós é que somos carentes.
Uma boa amizade, longe do facebook não deixa de ser um
alimento para a alma. Vocês já repararam quantas pessoas “perdem tempo” fazendo
homenagens fúnebres? Quantos elogios em redes sociais? Quantas vezes só tivemos
tempo de visitar aquela amiga quando ela já estava na uti?
Quando alguém morre, a gente deixa todas aquelas coisas
negativas lá atrás e foca só no positivo e se acha melhor amiga mesmo que tenha
sido a melhor amiga apenas na infância.
Queria hoje poder escancarar os sentimentos mais sublimes
e expor a hipocrisia, queria hoje procurar a felicidade com muita força nos
prazeres da vida, na amizade que não perde o sentido, na força do poder contar.
Nós precisamos aprender a sermos seres humanos, precisamos
de uma relação de amor, de nunca usar as
mãos nem a língua para cobrar ou machucar. Estou falando de um troço chamado
espontaneidade, estou falando mais fundo, amor espontâneo, aquele que eu não
uso nenhuma força porque ele é quase palpável.
Não estava preparada para fazer isso, achava que o
espírito patético havia me absorvido, eu
precisava me livrar daquilo que não me acrescentava, precisava estar rodeada de
gente que levasse a amizade à sério.
Mas essa é uma realidade muito frágil, facilmente
desgastada pelo tempo, que se eu não flexibilizasse, seria injusta. Na verdade,
o êxito de um relacionamento não depende somente de um bom amigo, depende de um
contexto mágico que faz ou não feliz o seu coração.
Duas pessoas não podem estar ligadas pelo acaso e sim
ligadas pela proximidade de quererem estar perto, serem simpáticas,
sorridentes, amigas, pau para toda obra, precisamos preencher o peito com a
força da reciprocidade.
Arcise Câmara
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