quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Caindo no padrão desequilibrado de amar demais

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Você ama ser meu dono? Eu poderia ser qualquer outra?  O que estou fazendo de errado? Por que não posso usar batom? Usar bermudas acima dos joelhos? Como foi que eu te atraí?
Desejei morrer da mesma forma que ele me ameaçava, já estava morta faz tempo mesmo, tornei-me incrivelmente flexível, larguei o emprego e me casei e passei a ter posições ideológicas iguais a dele.
Estava com saudades de sorrir, encontrar as amigas do tempo do colégio, acreditar novamente em mim, na minha capacidade de escolha, na minha fidelidade, queria me desapontar mais uma vez, queria estar indo longe demais com a minha mala cheia de sonhos e fugas.
Os pessimistas me chamam de virtuosa, as minhas bochechas ficam rosadas e meu coração acelerado com tanta insegurança. Só tenho medo, não ache que tenho status, dinheiro, amor, o que tenho é escravidão emocional.
Fiz a coisa menos importante para mim. Aceitei o inaceitável, o amigo que nos apresentou não teve culpa, tudo que está acontecendo é fruto de minhas escolhas, já assumi a responsabilidade por essa vida no meu sofá cuja esponja não existe mais.
Com o tempo criei coragem para enfrentar o processo de mudança, mas com o tempo me fortaleceu a adaptação. Eu pago a parcela de viver essa vida medíocre, eu penso todos os dias no que fiz de errado para merecer isso, compartilho um amor irreal, humilde, briguento, humilde não, humilhante.
Eu estava sempre esgotada fisicamente, mas mesmo assim precisava transar, satisfazer quem nunca me satisfez, eu me frustrava facilmente, mas nem isso me motivava a tentar quebrar as correntes, eu vivia com a consciência pesada em relação a ele, eu achava que estava fazendo tudo errado e a culpa era toda minha.
Cadê a minha mania de grandeza? Para onde foi a minha coragem? Por que perdi a ideia de ser feliz?
Eu era escrava até do impulso sexual exagerado dele, ele se sentia compensado por eu estar ao seu lado e eu sentia uma raiva incontrolável de mim mesma, nunca tive raiva dele, era eu o problema, eu tinha 27 e ele 43.
Ele casou com a mulher que amava, fez o possível para ser bom para ela, mas eu me perdi, eu não soube compreender como se comporta uma mulher casada, eu sempre causei incômodo por ser jovem demais, eu queria manter as amizades, mas o que eu fiz só o levou a ir atrás de outras mulheres.
Eu precisava dar rumo a minha vida, eu precisava mudar, me encaixar, dormir pouco, ser preconceituosa com um monte de mulher casada no bar, parece coisa antiga, mas o mundo tá cheio de moças que moram juntos antes do casamento, isso não tá certo. Eu não quero perdê-lo, por favor volte, faço tudo que quiseres.
Arcise Câmara
Imagem We Heart It


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