quinta-feira, 2 de maio de 2013

Cara pálida



Estamos sem espaço digno nessa galáxia, estamos fadados a teorias ambíguas, somos o que somos e adaptamos qualquer regra as nossas conveniências, divulgo minha revolta aos quatro cantos do mundo, preciso fazer a minha parte, mas não jogaria a primeira pedra.

O Brasil, paraíso da malandragem e do jeitinho, você não olha o que eu faço e eu fecho os olhos para o que você faz. e está tudo certo, a gente vive assim até que alguém se incomode. Então, eu te protejo e você me protege, viramos tubarão se necessário, agimos rápido antes que qualquer coisa comece a se agravar.

Não dá para complicar, não foi nada demais, fomos descobertos porque o mar não estava pra peixe, foi só por isso, o esquema era fácil e simples, se não tenho chances de ser descoberto, minhas malandragens aumentam, você manda e eu obedeço, você pede eu faço, sou ajuízada, aliás, não quero morrer.

As brigas precisam de plateia, plateia está em tudo que é lugar, eu preciso declarar meu amor no facebook, mesmo que meu amado não tenha facebook, eu preciso brigar em público, falar alto, soltar fogos em uma celebração, fazer discurso, aplaudir, camisa com foto, expressar meu amor em outdoors. A pessoa tem características que podem deixar de tê-las, basta querer, eu posso querer ser de outro jeito, posso mudar valores, posso ser melhor. Eu quero, eu posso!

- Arcise Câmara

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