quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Algumas filosofias acreditam em ciclos


 Já era hora: a filosofia ocidental tem pouco a nos ensinar sobre o ...

Tudo nasce, cresce e morre a cada 7 anos e isso não é em todos os aspectos, pode ser a mudança na alma, pode ser a estabilidade da vida, pode ser a cura das emoções, pode ser as relações afetivas duradouras ou as forças brotadas do “nada”.

A gente vive em busca do sentido da vida, a gente se concentra nisso e muitas vezes temos a sensação de tempo perdido no destino, a gente faz muitas coisas para poder aproveitar a vida de forma mais simples e com vontade de mudança.

A gente desfruta as conquistas e pensa que mereceu, com o coração cheio de gratidão pela colheita recebida e pelos sonhos alcançados. A nossa própria morte nunca passa pela nossa cabeça, vivemos como se não fôssemos morrer, vivemos sem memória do que devemos reparar.

Muita gente com capacidade e sem oportunidades, com entendimento e sem oratória, muita gente que vive apegada a momentos marcantes e preciosos do passado enquanto a vida passa no presente, às vezes somos mulheres presas a infância.

O tempo vai passando e a gente não se sente satisfeita, muitas vezes nos sentimos num beco sem saída, outras, em processo de evolução e transformação permanente. Cada uma ver o mundo do seu mundo.

A gente também passa a vida colocando a culpa no outro, ficamos sem a liberdade e a alegria de assumir os próprios atos, a gente se contenta com afetividade medíocre em troca de cinco minutos de sorrisos por dia.

A maioria das pessoas pensa na vida como uma pirâmide de Maslow, no topo Deus, depois família, depois trabalho e depois sociedade, quando na verdade a ordem é Deus, Sociedade, Família e Trabalho e vou explicar por quê.  

Sabe aquela passagem bíblica que diz: até o maus dão o melhor pro seus filhos, pois é a mesma lógica, se você ama primeiro o seu núcleo familiar, antes de amar e respeitar o todo, você contribui mais para o egoísmo que para a fraternidade, é duro e pode ser controverso, mas é assim que as filosofias orientais agem e só como exemplo temos aquele episódio dos japoneses limpando nossos lixos nos estádios da copa. Não era por mim, nem por você, era pelo todo e isso inclui até o meio ambiente.

Eu sempre me senti livre, digna de respeito e generosidade, sempre achei que ganhar e perder faz parte da vida, que podemos nos dividir em mil, mas jamais perder nossa dignidade. A gente se despedaça para não manchar a mácula do outro, a gente engole o que deveria ter dito.

Nossa consciência registra todos os atos, às vezes chamamos frutos de nossas escolhas de cruz, a gente perde mais do que ganha em muitos aspectos não refletidos, é uma teoria besta e de difícil autoanálise, mas que não pode ser adormecida.

É preciso ser humilde, e colocar peso para tudo, tem os leves, os pesados e os que não conseguimos carregar, cada um tem um limite, mas o nosso limite é sempre um pouco além, a gente vai mais longe com o brilho nos olhos e a fala mansa, a gente se surpreende, a gente fica a flor dos nervos, mas existe a ascensão do ser.

A gente carrega feridas, ofensas, diferenças, fé, amor e ousadia, a gente se empenha na construção de uma vida feliz, a gente muda o comportamento e entende que somos imperfeitos.

Tem muita gente na busca de bens materiais desenfreados, somos coautores da nossa vida e cada um luta pelo que acredita, quando temos um sonho devemos ir atrás, aprendendo sempre que não podemos ter tudo que queremos e nem devemos estar ansiosos por isso. Talvez seja assim que os ciclos se constroem.

Arcise Câmara
Imagem: medium










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