Tudo nasce, cresce e morre a cada
7 anos e isso não é em todos os aspectos, pode ser a mudança na alma, pode ser
a estabilidade da vida, pode ser a cura das emoções, pode ser as relações
afetivas duradouras ou as forças brotadas do “nada”.
A gente vive em busca do sentido
da vida, a gente se concentra nisso e muitas vezes temos a sensação de tempo
perdido no destino, a gente faz muitas coisas para poder aproveitar a vida de
forma mais simples e com vontade de mudança.
A gente desfruta as conquistas e
pensa que mereceu, com o coração cheio de gratidão pela colheita recebida e
pelos sonhos alcançados. A nossa própria morte nunca passa pela nossa cabeça,
vivemos como se não fôssemos morrer, vivemos sem memória do que devemos reparar.
Muita gente com capacidade e sem
oportunidades, com entendimento e sem oratória, muita gente que vive apegada a
momentos marcantes e preciosos do passado enquanto a vida passa no presente, às
vezes somos mulheres presas a infância.
O tempo vai passando e a gente
não se sente satisfeita, muitas vezes nos sentimos num beco sem saída, outras,
em processo de evolução e transformação permanente. Cada uma ver o mundo do seu
mundo.
A gente também passa a vida
colocando a culpa no outro, ficamos sem a liberdade e a alegria de assumir os próprios
atos, a gente se contenta com afetividade medíocre em troca de cinco minutos de
sorrisos por dia.
A maioria das pessoas pensa na
vida como uma pirâmide de Maslow, no topo Deus, depois família, depois trabalho
e depois sociedade, quando na verdade a ordem é Deus, Sociedade, Família e Trabalho
e vou explicar por quê.
Sabe aquela passagem bíblica que
diz: até o maus dão o melhor pro seus filhos, pois é a mesma lógica, se você
ama primeiro o seu núcleo familiar, antes de amar e respeitar o todo, você
contribui mais para o egoísmo que para a fraternidade, é duro e pode ser
controverso, mas é assim que as filosofias orientais agem e só como exemplo
temos aquele episódio dos japoneses limpando nossos lixos nos estádios da copa.
Não era por mim, nem por você, era pelo todo e isso inclui até o meio ambiente.
Eu sempre me senti livre, digna
de respeito e generosidade, sempre achei que ganhar e perder faz parte da vida,
que podemos nos dividir em mil, mas jamais perder nossa dignidade. A gente se
despedaça para não manchar a mácula do outro, a gente engole o que deveria ter
dito.
Nossa consciência registra todos
os atos, às vezes chamamos frutos de nossas escolhas de cruz, a gente perde
mais do que ganha em muitos aspectos não refletidos, é uma teoria besta e de
difícil autoanálise, mas que não pode ser adormecida.
É preciso ser humilde, e colocar
peso para tudo, tem os leves, os pesados e os que não conseguimos carregar, cada
um tem um limite, mas o nosso limite é sempre um pouco além, a gente vai mais
longe com o brilho nos olhos e a fala mansa, a gente se surpreende, a gente
fica a flor dos nervos, mas existe a ascensão do ser.
A gente carrega feridas, ofensas,
diferenças, fé, amor e ousadia, a gente se empenha na construção de uma vida feliz,
a gente muda o comportamento e entende que somos imperfeitos.
Tem muita gente na busca de bens
materiais desenfreados, somos coautores da nossa vida e cada um luta pelo que
acredita, quando temos um sonho devemos ir atrás, aprendendo sempre que não podemos
ter tudo que queremos e nem devemos estar ansiosos por isso. Talvez seja assim
que os ciclos se constroem.
Arcise Câmara
Imagem: medium
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