Para os curiosos de plantão informo que não estou
fugindo do amor ou das pressões do relacionamento, suas alegrias e tristezas,
seus encantos e desencantos, apenas ando seletiva, muito seletiva. Estou com
olhos de tandera, não que eu queira perfeição, isso não! Quero compatibilidade
porque já descobri que não consigo amar incondicionalmente, não consigo amar um
infiel, um homem que apronta todas, um grosseiro, um homem que acha que poderá
levar uma empregada para casa, um homem que não compartilha ou que não entende
a grandeza do fazer o outro feliz.
Li outro dia um ditado até então desconhecido por mim
que diz: quando o aluno está pronto, o mestre aparece. Falta eu estar pronta. Falta eu encontrar
alguém com defeitos suportáveis e que ele ache os meus defeitos suportáveis
também. Falta encontrar alguém que não tente transformar a mim mesma em alguém
que não sou e nem poderia ser.
É difícil raciocinar quando as coisas ficam enredadas e
assustadoras nos relacionamentos amorosos, as pessoas receiam que o fim está
próximo, mais isso não é verdade. O fim só está próximo quando um dos dois ou
os dois desistem, esse sim é o ponto final. Altos e baixos toda relação tem,
vontade de desistir passa pela cabeça de inúmeros casais, conheço
casais-modelos que já passaram pela superação do resgate de um casamento quase
falido, não por falta de amor, mas pela dormência em se doar como a relação
exige.
Sempre sinto vontade de sacudir pessoas até que se arrependam
e prometam nunca mais contar mentiras, nunca mais ser infiéis, nunca mais
brincar com os sentimentos alheios, ou pior, viver aventuras desnecessárias e
colocar a família e o amor em xeque.
Conheço 99,9% de homens que se arrependeram ao perderem
suas esposas, sim porque nem todo mundo aguenta tamanho desrespeito, nem todo mundo
tem a mesma medida do perdão e nem todo mundo consegue manter a situação sem
abalar os alicerces e a raiz, mas na hora do vamos ver, ficaram anestesiados,
não sentiram nem remorsos, aliás a culpa dividida para ambos é um bálsamo suave
para o infiel, imagina só: o casamento estava ruim para os dois, a rotina
abraçou os dois, o tédio tomou conta dos dois e na hora que somente um resolve
ser infiel a culpa recai sobre os dois, aliás você deve ter feito alguma coisa
que motivou isso, eu choro com isso. Entristeço-me em saber que muitos de nós
prefere o diálogo a traição, prefere cair nos braços do
primeiro amante que aparece a ajuda profissional e ainda leva a metade da culpa por isso.
- Arcise Câmara
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