sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feliz Dia das Crianças!!!




Acho que eu devo ter engolido muito choro quando criança: "Engole esse choro Arcise senão terás motivo para chorar" e hoje minhas lágrimas são incontroláveis e desobedientes, passo por chantagista emocional, fraca, dentre outras coisitas. Mas como conter as lágrimas no Abrigo Moacyr Alves? Como não segurar o choro diante de um pedido: "tia, me leva pra casa, não quero morar aqui". Como segurar a emoção diante de crianças e adultos com problemas neurológicos sérios ao ponto de estarem amarrados, com capacetes e luvas para não se automutilarem. Como não fazer o coração sangrar ao saber que muitas crianças foram abandonadas e desamparadas ou pior, maltratadas pelos pais. Juan e Sthéfano foram os protagonistas desta página, doaram sem grandes sacrifícios um sacolão de brinquedos e um sacolão de roupas. Eu, minha irmã e o Erick fomos doar amor, fomos ensinar a partilha. Fomo beijar, apertar a mão, limpar babas, fomos conversar mesmo sem ter a certeza se éramos ouvidos ou compreendidos. 

Ao chegarmos lá, deparamos com uma pergunta: De que igreja vocês são? Quem vocês representam? Não representamos ninguém, somos nós mesmos, apesar de sermos católicos, cristãos e acreditarmos no amor. 

Depois do reconhecimento inicial, do medo do Sthéfano diante de tantas crianças especiais, era necessário dizer o quanto éramos iguais e que o mundo valorizava coisas que não tem valor algum. O que parece feio ou torto é a vida em suas diferentes formas.
E essa visita que fez mais bem a mim que a todos aqueles internos juntos e me pedia algo mais, me pedia para que eu saísse da hipocrisia de ser boazinha no dias das crianças e no natal, me pedia para dar amor sempre que eu pudesse, me pedia para curar as minha feridas lá com aqueles serzinhos ilustres, porque lá os teus problemas se dissipam, as tuas revoltas caem no ralo, a tua vida fica colorida.

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