Minha atitude é o segredo de cuidado comigo mesma, o mistério
da vida me fascinava e eu queria compreendê-lo melhor, acho o universo inteligente
e cheio de energia.
Estava tendo dificuldade para me adaptar à nova vida, não
acreditava no melhor dos seres nas redes sociais, corri para meditação em
movimento, correr, andar, contemplar a natureza.
Os espelhos mentem para gente, estava num ritmo chamado autoconhecimento.
Eu gosto da ideia de ter um segredinho e não gosto do que pregam que somos
vítimas de um destino.
Não amo o passado, mas me lembro muito bem dele, qual o
propósito? Jamais aceitar situações intermediárias, inconvenientes, abusivas.
Nunca vou me colocar em primeiro lugar, mas quero o que me cabe: amor e
respeito.
Depois de muitos nãos, vivi o chamado insight, pensei com
convicção, era indisfarçável conquistar a sabedoria e ser indiferente a tudo
que eu não posso mudar.
Também percebi que muitas modernidades não me cabem, cada
vez entendo menos a vontade de estar conectado vinte quatro horas,
comprometendo as relações e o sono.
Havia um lugar onde eu descansava a cabeça
tranquilamente, era estar rodeada das melhores coisas que já me aconteceu, isso
é: família, amigos, livros, séries e as pessoas em volta em que posso amá-las e
assim me preencho ainda mais de amor.
Meus amigos conseguem explicar essas coisas muito melhor
do que eu, eu só consigo sentir, é uma sensação de coração limpo e bem
arrumado, é um desejo de vencer as dificuldades, é o recebimento da paciência que
nunca tive, um verdadeiro presente.
Comecei a esquecer as mágoas, era um esquecimento
motivado em que eu deveria não valorizar as coisas ruins. Me permiti ser
diferente, resolvi agir de forma voluntária e não unida por impulsivo.
Comecei a fazer rituais, escolhas conscientes, confiar em
médicos, nos remédios, no silêncio e na tranquilidade. Entendi que toda escolha
envolve riscos e eu precisava trabalhar isso, observando o que funcionava e o
que não.
O primeiro grande passo foi analisar todas as repressões
durante a vida, o que era modismo, o que tinha fundamento, comecei a pergunta o
porquê de cada coisa e assim me senti mais consciente para viver e cuidar de
mim, da natureza e de quem estar ao redor.
Arcise Câmara
Imagem: Psicoativo
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