Tenho muitos sonhos, não sou presa a pessoas
ou coisas, tem coisas que não tem como fazer, mas sempre faço um inventário
mental de tudo que falavam sobre ele. Como meninas grande, eu chorava.
Há pessoas que não sabem ser aprendizes,
gostam sempre de ser professoras, quantas horas de sono já perdi pensando nas
coisas que me preocupava, sem desistir eu tinha que vencer a mim mesma.
Quando ganha algum dinheiro ele volta a
atenção para gastá-lo, não tem reserva de emergência, ah, péra! A reserva dele
sou eu. O tempo que passo em silêncio me alimenta e me faz tomar coragem.
Sempre me dizia coisas que eu nunca tinha
deixado ninguém dizer, me ofendia no fundo da minha alma. As pessoas que se
casaram com o primeiro amor, dizem que perderam algo importante, não viveram
tudo que tinham para viver, eu tinha sempre essa sensação.
A esposa, em particular, vive a morte do
casamento dela tentando ressuscitá-lo a qualquer custo. Sou mais forte do que
supus mesmo perdida em mim mesma, não imaginava que fosse
me importar com o amor saindo pelo ralo.
Somos carne do pai que nos sonhou, levava a
vida reclusa, acho que a decisão mais sábia é manter-me serena apesar dos
pesares. Sempre dizia isso porque achava interessante. Vivi feliz por muito
tempo.
Pensava que era uma coisa e era outra, não
dava para entender o meu mundo emocional, sempre estava achando uma
desculpa para não assumir a responsabilidade pelos meus atos, principalmente
pela minha omissão.
Eu me esqueci completamente de como eu era,
não consegui resistir ao impulso de ficar como estava, simplificava minha vida.
Não tinha uma forma de vida feliz, mas não tinha resistência para mudar tudo.
Não demonstra empolgação que eu esperava ao
me ver, nem eu. Tudo é como precisa ser, para crescimento e evolução, às vezes somos
incapazes de dar valor ao que de fato temos, somos humanos.
Legal mesmo é valorizar o que temos, construir
uma relação leve, não mentir para si mesma, nem para os outros, aprimorar a
paciência e evitar papo-furado ou fingimento. A gente promete mudar nosso
comportamento em certas coisas e não em outras.
É um divisor de águas nos conhecer, saber que
o mundo existe e está nos olhando, evitar levar as coisas para o lado pessoal.
Vamos mudar aos pouquinhos, de degrau a degrau até a felicidade chegar.
Arcise Câmara
Imagem: aventuras maternas
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