quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

As minhas lentes multifocais




Não adianta dizer que é diferente, olhamos o mundo sob a nossa ótica, nossa criação, nossa religião, nosso projeto de mundo melhor, nossas expectativas, nossas dores, nossa vida passada e presente.
Ao longo dos anos, muitas transformações significativas acontecem na nossa vida, mudamos de ideia, aprendemos lições, acertamos e erramos com e sem culpa, nos fortalecemos com valores adquiridos e princípios internos.
E assim, de cor azul, verde, cinza, marrom ou preto, vemos o mundo, a cidade, o nosso país, o nosso próximo, a política, a leitura, a natureza, os animais.
O mundo, dependendo dos nossos olhos, do nosso dia, da nossa alma fica mais azul ou mais cinzento, mais bonito ou mais feio, mais habitável ou menos habitável. Horrendo ou lindo ou o meio termo.
E quando olho de pertinho, vejo os cravos, as manchas, os panos-brancos, as imperfeições, os dentes amarelos e tortos e vejo o quanto a vida poderia ser mais perfeita, menos esburacada, mais limpa e menos empoeirada.
As lentes às vezes embaçam, e não embaçou por nossa culpa e sim por um choque térmico vindo de fora, do externo, das bombas lançadas, das chamas da lareira, do vapor da água quente, do frio do ar-condicionado e afeta a nossa visão, desfocam a nossa percepção e mudam-se os olhares, é preciso desviar, não enxergar, piscar, lacrimejar e se concentrar na busca por olhos novos a cada amanhecer.
Muitas vezes nos concentramos no pontinho, na carne crescida, no glaucoma, na catarata e esquecemos de olhar com os olhos de dentro, com os olhos interior, com os olhos do coração, da alma e do cérebro. Precisamos aguçar o olhar, torná-lo puro, transparente, aumentando a sua capacidade positiva, precisamos enxergar sem julgamentos e conceitos pré-estabelecidos.



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