quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Enquanto fico aqui


Piso em cima de espinhos, roendo-me de preocupação e ele está vendo televisão! Faço todas as tarefas domésticas e ele no sofá contemplando o videogame.
Nunca tive coragem de chutá-lo porta afora, como se fosse um ser indesejável. Mas precisava convencer-me de que uma separação seria a única saída, mesmo que apenas temporária. Precisava refletir! Precisava pesquisar! Eram assim mesmo os amores, os casamentos, era assim tão desigual?
Eu não tinha a menor vontade de abrir mão das comodidades e possibilidades que o casamento me propiciava, ficava feliz em ser casada, ter com quem conversar viajar, sonhar, beijar, amar, mesmo que sentisse tudo pela metade, tudo incompleto, tudo do avesso.
Saberei me livrar do outro assim como num passe de mágica?
A dúvida, não conseguia confirmar se estava seguindo a cabeça, a alma ou o coração.
Passei a achá-lo imaturo, irresponsável. Podendo garantir que não era o homem sonhado e desejado. Esse rapaz chegou em minha vida num momento em que qualquer pedra pareceria uma ponte, a salvação porque eu estava fragilizada precisando de alguém que me amparasse. Às vezes me pergunto se não foi ao contrário, eu precisava de alguém que necessitasse de apoio e que possibilitasse a mim mesma me auto afirmar como pessoa e como mulher, uma espécie de adoção inconsciente.

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