Cansei de perder
minutinhos de sono, já tinha se tornado um hábito para mim acordar cedo para me
maquiar, era sério e íntimo minha mania de entrar nos padrões impostos pela
sociedade.
Algumas pessoas
usam a estética para socializar e nem pensam em como isso se torna automático,
parece que facilita a vida nesse mundo medicalizado, lipoaspirado, perfeito,
sem rugas ou linhas de expressões.
Os sentidos humanos
têm poderes que nem sempre é explicado pela lógica, a gente gosta de tudo que
dá prazer, revive o que já estava apagado na memória, a gente vai se
depreciando quando está de rosto limpo.
A gente não é só
medo de não ser aceita, a gente não é um manual que copia tudo que passa na tv,
a gente não precisa ser aceita o tempo todo, a gente pode transgredir certas
regras.
Chega de
autocomiseração, seja grata pelo que és, não abra mão de cumprir o seu
propósito, não descarte as chances que a vida te dá de ser você mesma. A gente poderia se preocupar mais com a
essência do que com a aparência.
Ensinei um bom
caminho para meus filhos, onde eles pudessem moldar sua personalidade, estou
aprendendo a agradecer tudo que conquistei, também estou aprendendo a consertar
as coisas.
Sou uma máquina de
jogar coisa fora, não sou da cultura do instantâneo, não gosto de relativizar
as coisas, não sou de evitar pessoas do meu convício pessoal, todo mundo é bem-vindo,
com ou sem maquiagem, com ou sem humor. Aprendi que tem lições que precisam ser
aprendidas e muitas dessas lições vêm da convivência.
Eu sou humana
embora você não acredite, eu me magoo, mas não guardo nada de ruim dentro de
mim, cansei de me envenenar e aprendi a ser serena. Junto com essa serenidade,
me veio a opção de ser do jeito que me faz feliz.
Arcise Câmara
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