Estou me encorajando a desenvolver meus projetos de uma
vida mais saudável, à medida que vou ficando velha, o desespero por comida
danificou meu nível de exigência, como qualquer coisa que me engorde, até coisas
não gostosas.
Nunca me deixei perturbar pelas provocações, nunca me
senti ofendida por estar acima do peso, nem mesmo com as vendedoras que diziam,
não tem seu número. Eu sempre achava que quem perdia era a loja de não me ver
como cliente.
Relações pautadas na verdade e no respeito à diferença
sempre foi o mundo do qual quero pertencer. Meu rosto estava conformado, meu
corpo dava sinais de excessos.
Dificultava o processo da busca pelo sentido da vida,
estando tão desalinhada e desequilibrada de nutrientes, enchia meu corpo com
coisas que não faziam bem nem para o corpo, muito menos para a alma.
Existem outros caminhos para atingirmos a paz interior, o
equilíbrio, o desenvolvimento da nossa espiritualidade, a consciência do que
nos faz bem, já li aos montes que o bom senso é à base de tudo.
Sou contrária às verdades absolutas, a excluir itens, a
tornar a vida chata e sem graça, comendo coisas que não nos faz felizes, sou a
favor da possível compreensão e do que podemos realizar com a mudança de
mentalidade.
O que me deixava doida de um jeito estável era achar que
minhas atitudes não trariam consequências para minha saúde, precisava dar um
voto de confiança a mim mesma.
Embora eu saiba que a comida está apenas querendo me
provocar, querendo me dizer quem é que manda, descobri que eu tenho todo o
poder sobre meus sentimentos.
Eu preferia que a obesidade não fizesse parte da minha
família, eu preferia ser mais dócil e menos arrependida, eu preferia esquecer
algumas pessoas, eu preferia ser a fofa de carteirinha, capaz de levantar uma
alma triste. Comer com equilíbrio tem a ver com A-cei-ta-ção.
Não consigo me conformar com a perda desses anos sem me
amar de verdade, sem cuidar do meu corpo da forma como ele merece. Agora me
sinto responsável.
Arcise Câmara
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