Quando alguém tem uma meta clara é capaz de superar os
próprios limites, eu sou tua amiga e posso dizer que as consequências de gastar
sem consciência é desastroso.
Os altos e baixos emocionais não devem levar ninguém aos
shoppings, não deve ser a explicação coerente para as compras compulsivas, a
vida anda caótica demais, atribulada demais para fazer do dinheiro o simbolismo
da vida.
Vou viajar daqui a poucos dias, gosto de gastar com
viagens planejadas, conhecer pessoas gracinhas de vinte e poucos anos ou de
sessenta e cinco, gosto de me sentir dona de mim mesma e isso eu consigo
viajando.
Revivo cada viagem desde o começo, parece histórias de
filhos que posso contar uma a uma. Eu olho para frente e só me vejo viajando
mais e mais, dentro das minhas possibilidades é claro.
Fui educada sem sensibilidade, a pobreza foi me
apresentada logo cedo, os meus pais queriam me ver felizes com pouco, não me
muniam de “tudo que eles não tiveram”, a exceção era a educação.
O dia mais incrível de todos, foi o dia que encontrei
pessoas hansenianas, sorrindo para a vida, sem precisar de apetrechos
tecnológicos, sem contemplar a música romântica, o fato de existir em meio ao
caos e ao preconceito fazia de cada um vitorioso.
Eu me deixei escolher por essa vida mais simples, pela
necessidade de partir para o essencial, para desenvolver a arte da tolerância e
da solidariedade, o resgate da confiança, o ficar calada sem revidar, era isso
que eu estava acrescentando no meu carrinho de compras.
Gosto de falar de assuntos que não envolvem dinheiro, que
não atraem novidades da hora, mas que impulsionam a vida, gosto de falar de
essência, do ser, do existir, do sentir, do absorver, da gentileza, da
simplicidade da vida e dos sacrifícios que podem significar alguma coisa. Quero
estar abastecida dessa pequenas lições.
Arcise Câmara
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