Minha motivação era sólida, uma linda mulher, vinte anos
mais jovem e o amor da minha vida. Minha ex-família não estava bem
emocionalmente e nada funciona desse jeito.
Marcas de sofrimento e traumas jamais apagados da
memória, já ela era muito simpática e generosa, as pessoas gostam de estar
perto dela, ela é loira, tem um brilho no olhar, é gentil.
É prudente fazer uma pausa de tempos em tempos para
reavaliar nossas emoções, eu tentava entender o porque de tamanha depressão e
era falta de amar e ser amado.
Questões passadas mal resolvidas dentro de mim, vemos
acaso como destino, mas o que está acontecendo em minha vida é transformador, eu
vejo como a gente foi importante um pro outro, fez meu coração doer ter que me
separar dos meus filhos, por escolha minha é claro!
Faltou vontade de reconhecer os erros que na verdade
nunca fui o pai, nunca ajudei, dei banho, troquei fraldas, nunca me obriguei a
fazer nada em prol dos filhos.
A probabilidade que eu sumisse era muito grande e eu fiz
esse papel, como eu ia conviver sem intimidade, não tenho o superpoder de fazer
comer ou de fazer deveres escolares.
De acordo com as expectativas alheias eu poderia ser esse
crápula que se separa das mulheres e dos filhos, ou nem carregava esse peso,
porque a sociedade já esperava isso de mim.
Não relutei em me jogar de cabeça no amor, senti o
coração bater apressado e isso para um homem da minha idade foi um bálsamo,
parei de ceder no relacionamento que você não recebe nada em troca, ela nem
trabalhava, ficava apenas em casa consumindo o meu dinheiro.
Eu acreditei que passaria o resto da vida com a minha
atual companheira, mas ela me deixou assim que as coisas apertaram
financeiramente, eu chorei, não briguei, mas me mostrei triste. Estava sozinho
e sem filhos, dos amigos me afastei por ciúmes dela.
Não foi eu que atraí alguém interessante, foi o meu
bolso. O sonho foi desfeito, não ficamos muitos anos juntos, não foi tão
intenso quanto eu imaginava. Olhei para trás e absorvi as lições do que passou.
Arcise Câmara
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