Quantas vezes eu prometi algo que não cumpriria? Quantas
vezes lutei por uma aparência mais jovem e 100% natural? Quantas vezes me
desequilibrei nos meus limites?
Muitas vezes a gente pensa de uma maneira e age de
outra. Eu não conseguia fazer nada sem
me organizar minimamente, eu nunca atentei as consequências dos meus atos,
nunca fui de agir de forma mais segura e espontânea.
Procurei amor nos lugares errados, procurei dentro do
outro, fui desmistificando as fraudes, fui observando quem merecia estar comigo
apesar de tudo, fui pensando no “tem que ser assim”, ou “vai ser assim”, ou no
“sou dona de mim mesma”.
Muita gente me amou na época errada, na época em que eu
não sabia dar valor aos instantes de felicidade. Muita gente eu amei sem
filtros, fazendo vista grossa para certas covardias e transgressões.
Às vezes eu entrava na vida da pessoa, virava de cabeça
para baixo e não pensava em ninguém, apenas em mim mesma, tínhamos brigas
terríveis por motivos triviais, não pensava em casar, só usava o tempo ao meu
favor e alguém sempre tinha que se adaptar.
Acho que a minha responsabilidade era garantir a
experiência positiva de um relacionamento fugaz, aquele relacionamento que você
não quer ter ao lado, um amor sem paciência, sem vontade de construção.
Parecia um estilo de vida ferrar os amores, a felicidade
não era vivenciada em conjunto, ninguém tocava no assunto, parecia que estava
tudo bem, mas só estava tudo bem para mim.
Depois eu me reinventava e desistia, era muita
infelicidade namorar um bicho do mato, alguém sem conhecimento do verdadeiro
amor, do equilíbrio, dos exercícios difíceis de manter relacionamentos
duradouros.
É assim que a gente conhece as pessoas, a gente sabe até
onde pode ir, a gente ignora porque sabe que vai dar certo, a gente não tolera
a carência dele por muito tempo.
Arcise Câmara
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