Nossa
vida ainda está fora dos trilhos, fazia uma espécie de diário da dor, anotava
tudo de ruim que eu sentia, ficava remoendo tudo que não deu certo, tudo que me
agrediu, eu tentava enxergar defeitos, mas as qualidades se sobressaiam.
Sinto
nele o desejo de me reconectar comigo mesma, eu poderia dizer simplesmente me
desculpa, mas vivemos num mundo das coisas não tão fáceis, você não faz ideia
do conforto que sua presença me traz.
Você
irradia uma aura diferenciada que me dá completude, uma certeza que eu não
possuía, odiei por ter cedido as tentações, vim te agradecer o sucesso da nossa
relação, fui eu que resolvi te trair.
Ele
foi atacado de uma maneira só, ele tinha uma relação com os livros que muito me
incomodava, por vários momentos da minha vida fui indecisa. Hoje me satisfaço
relembrando o sentimento de felicidade que experimentei ao longo desses anos.
Morei
junto, depois casei, depois achei que tudo estava firme, que os deslizes eram
todos solucionáveis. Depois de anos, continuei pensando dessa forma, hoje tenho
raiva desse tipo de pensamento egoísta e mesquinho.
Fiquei
triste por ter desperdiçado a felicidade, nunca mais vou ser a mesma pessoa,
esperei um milagre que não veio, esperei que ele me amasse o suficiente para
perdoar, assim como as mulheres estão cansadas de fazer.
Nunca
releio livros, nunca dou segundas chances, nunca perco tempo com ex-amor, mas
eu queria tudo isso para mim, queria a chance de recomeçar, queria um
relacionamento sem firula.
Na
época eu estava cega de tesão, não posso culpá-lo, eu que não me contive, a
culpa não foi dele, não significava que ele não me satisfizesse, o que
significava era que eu queria viver essa adrenalina desmedida.
Fui
alvo de preconceito, as pessoas tentavam se livrar de mim, eu não era boa
companhia, tampouco conselheira, eu queria que o mundo me compreendesse e só 1%
me fazia eu me sentir menos pior.
A
vida continua, o amanhã será melhor. Já experimentei as sensações, eu viajei na
maionese, não soube amar como fui amada, não soube ajudar o meu coração, eu me
deixei oprimir pelos “nãos” da vida e tornei a minha cheia de sim.
Arcise
Câmara
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