quinta-feira, 28 de julho de 2016

Todos sonham e poucos conquistam seus sonhos

Kendall Jenner at Cannes

A gente nasce, envelhece, adoece e morre e nem sempre conquistamos nossos sonhos, é sensato preparar-se para a conquista, juntar dinheiro, apostar nos estudos, fazer o que ama, descobrir aptidões, colocar amor nas coisas sem amor.
Eu não me senti bem o resto do dia quando resolvi pensar na vida, sempre amei doces e engordei vinte quilos o que me deixa triste, sempre fui forte, mas em momentos de fraqueza preciso de colo e aconchego, sempre fui saudável, mas perco o compasso com algum familiar doente, muitas vezes perco o interesse e só o nada me cativa.
Tenho um coração aberto, sincero, satisfeito e confiante, sou honesta e tenho um bom coração, nunca senti dificuldades em amar meus semelhantes, nunca senti dificuldades em preservar minha identidade doa quem doer, nunca lutei eternamente entre ciência e religião, cada uma é importante para mim e as duas se complementam e o mais importante: minhas-feridas-sempre-cicatrizam.
Sempre quis melhorar o mundo, sempre contribui de maneira peculiar e mínima para isso nunca beleza e prosperidade foi meu alvo, não abono inveja e não as tenho.
Alguém como eu só quer ser feliz, ser generosa e ter paz de espírito, um dia amadureci, evitei sofrimentos fazendo o bem, desejei felicidade com oração, fui ética e positiva e superei meu extraordinário medo de não agradar.
Amei e vivi plenamente, desfruto a liberdade como o meu maior tesouro, aprendi a amar a mim mesma, eu me conforto, às vezes me oprimo.
Mantenho as aparências para os distantes, ausentes e sem importância, pessoas que apostam que sou sofredora, que nunca consigo viver um amor, que vêm te abraçar e dizer “coisas certas”.
Poucas vezes perdi o foco para dentro de mim, sou inteligente, engraçada e sexy, eu tenho o direito de ser sexy sem julgamentos, sou caridosa e de boa índole, na linguagem universal sei amar meu semelhante.
Talvez esse texto pareça sentimentaloide, ou um problemão, talvez eu esteja o escrevendo para seguir minha vida, buscar e resgatar minha generosidade, aprender a lidar com os babacas, acreditar na justiça e na humanidade, talvez porque eu tenha desistido de alguns sonhos dos quais hoje me arrependo.
Hoje eu te chamei aqui, queria conversar sem ter planejado, queria dizer que me enganei com as aparências, queria te falar que tive problemas de fertilidade e que por mais triste que isso possa ser eu saltitei feito um canguru de felicidade, não precisava explicar para o mundo que desejava ser mãe, mas nunca tive coragem e que essa falta de coragem era que no fundo eu não desejava ser mãe.
Eu me senti muito comum revivendo o passado, olhando os pontos que ficaram sem serem preenchidos, as coisas andavam estranhas entre nós, mas havia intimidade para um desabafo, uma conversa amiga.
Muitas pessoas buscam o amor silencioso, a busca por status, muitos casais passam por isso, querem mudar de situação, casados querem ser solteiros, solteiros querem ser casados, poderíamos desencanar.
Eu me sinto velha demais para ficar alimentando hostilidades, eu quero ser apenas verdadeira e coerente, vejo tantas mulheres que querem engravidar e não conseguem, ao mesmo tempo parece que todas as mulheres do mundo estão grávidas, é tão incoerente quando temos um sonho e vemos outra pessoa o realizando de forma sublime.
Tudo que fazemos na vida são escolhas, conseguir engravidar nem tanto, a não ser que seu único problema tenha sido deixar os óvulos envelhecerem, não preciso provar ao mundo que minha vida vai muito bem obrigada, mesmo sem tantos progressos e materialização dos sonhos.
Arcise Câmara
Imagem We Heart It


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