Tenho andado
nervosa, insatisfeita, não durmo direito, estou explodindo a cada cinco
minutos, logo eu que sempre acreditei que felicidade significa paz de espírito,
bem-estar.
Ando
preocupada com meu casamento, tenho sete anos de casada, passamos por inúmeras
crises, talvez essa fosse mais uma, mas minha intuição diz que tudo está
próximo do fim.
Meu marido é
muito assediado, no entanto, ele não corresponde e isso sempre foi motivo de
alegria para mim, porém eu dou muita liberdade para ele e nesses tempos eu me sinto insegura se ele
realmente sabe usar a liberdade que tem em mãos.
Não espero
traição, mas também o nosso relacionamento não está mais em estado de
serenidade, perceber que as outras se atraem por nosso amor e que não há nenhum
respeito pela aliança que ele usa desorganiza minha autoestima confiante.
Eu me sinto
responsável quando as outras se comportam mal é como se eu precisasse me impor,
apesar de não pensar desse jeito, quem precisa de um freio imaginário e real é
que está sendo assediado.
Desde jovem
gosto de conversar com pessoas simples, esse é meu mundo particular, meu desejo
crescente em ajudar, cultivando a intimidade a aprendendo o valor das coisas
não pagas.
Eu tento
tratar qualquer pessoa que eu conheço como um velho amigo, sou de agradar,
fazer aos outros aquilo que gostaria que fizessem a mim, uma íntima decisão em
cultivar amor igual.
Atualmente
não há apoio na minha relação ao invés ele me desestimula, sei que sinto amor,
apego, medo, mas continuo interessada que o amor persiste, quero transformar
essa insegurança em mais amor.
Não quero
vincular meu marido a maridos que traem, eu apenas quero compartilhar do mesmo
pensamento que nos uniu em casamento: A família sempre em primeiro lugar.
Não gosto de
exageros ou bajulações, não curto aventuras extraconjugais de quem não se
importa com os sentimento dos outros, insisto em mudar pelo bem da família,
insisto em tornar séria a nossa relação, com as expectativas da reciprocidade.
Muitas
pessoas trabalham duro, sozinhas por um casamento feliz, por uma vida mais
confortável, por se sentir grata, pelas afinidades, e assim, continua mantendo
outros interesses além do casamento, não abandonam amigos, lazeres,
hobbies, eu sou assim, uma dessas
pessoas que para se sentir feliz precisa não só de uma pessoa, mas de um
conjunto de coisas que me dão prazer.
É durante as
fases de maior adversidade que surgem as oportunidades de fazer o bem aos
outros, não tenho respostas profundas, não devemos pensar só em nós, não quero
distorcer tudo que já disse aí em cima, mas ficar pensando no "se" não me tira do
lugar, e se meu marido me trair, e se minha liberdade o fizer ter outra, e se
ele deixar de gostar de mim...
Quero vencer
as distorções e aflições, quero curar minhas neuroses de amor, quero ter
atitudes que corrijam erros, quero crescer no amor não escravizado, curto o
amor independente.
Talvez eu
tenha um espírito ignorante e indisciplinado, um cultivo a alegria, uma visão
de amar que supere todos os obstáculos, a arte de escutar, talvez eu possa
entender que eu não tenho nada a temer e que minha maior riqueza é amar, cabe o
outro valorizar ou não.
Arcise
Câmara
Imagem We Heart
It
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