segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Chatice no Facetruque


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Como as pessoas andam intolerantes, como as pessoas querem que todo o planeta pensem como elas, como as pessoas são setoriais, individualistas, opressoras, cricris.
Será que é tão difícil entender que cada um chora por quem quer, reza por que quer, deseja o bem a quem quer.
Será que é tão difícil perceber que se eu mudar minha foto de perfil a cada tragédia, talvez tenha que mudá-la a cada cinco minutos.
Será que eu tenho que dar explicações da minha vida e do porque o atentado terrorista à Franca me chocou e comoveu.
Será que o fato de não ter me alterado o perfil por Mariana ou pelo Líbano e ter me comovido da mesma forma me faz um ser pior.
Será que quem critica já parou pra rezar ou ajudar.
Não me sinto melhor nem pior, me sinto triste pelo atentado, triste por essa ignorância toda, triste por não ser aceita do jeito que sou ou que penso, triste pela falta de água potável em Mariana, triste porque desde 1995 ouço falar e pude conhecer e ouvir histórias de perto de pessoas que fugiam da guerra no Líbano, triste em saber que não penso dentro da caixinha como a maioria.
Somos todos irmãos, somos todos uma família só, somos todos o mesmo planeta, o mesmo universo, o mesmo coração, somos todos iguais, nem mais, nem menos, nem melhores nem piores.
Somos uma classe de ser pensante, mas que julga antes de pensar, somos uma classe de ser pensante, mas que tira conclusões a partir de um dispositivo de alteração provisória de perfil em que basta dois cliques, somos uma geração pensante que prefere apedrejar, impor, oprimir, somos um geração pensante que esquece de pensar.
Arcise Câmara


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