Sentimento de culpa ainda tenho algum,
meu orgulho só serviria para prejudicar meu desempenho, não sou da geração
cinderela de jeito nenhum, mesmo que você fique uma arara comigo não reverencio
só o amor.
Claro que isso é injusto, amor é a
maior celebração humana e divina, com amor somos felizes num pôr do sol
inesperado, vamos adiante, temos histórias em família, e somos desafiados a
amar reciprocamente, sem intimidações, sem desafios intelectuais.
Ao longo dos meus 38 anos eu não
sabia que nascer poderia acontecer várias vezes, sem medos ou maus pressentimentos,
é exatamente um renascer que vejo cada ano, com ideias divertidas e
inteligentes em vez de uma discussão acalorada.
Uma boa quantidade de acnes marcava
meu rosto, um gênio ruim, um amor convencido, o experimento de novos alimentos
exóticos e estranhos. Francamente! Eu aqui no maior love, cheia de amor pra te
dar e não me aparece nenhum pretendente que preste.
Sempre achei que os erros vêm
acompanhados com as suas consequências, sinto meu coração bater forte quando me
sinto discutindo tudo, quando estou com a barriga protuberante, quando
reconstruo destruindo. Eu não tenho nada com isso é só minha opinião penso. Ah,
o meu ego muito frágil.
Nada vai ser diferente amanhã ou
depois, mas o essencial é colocar o sorriso nos lábios, mesmo que ninguém morra
de amores por mim, mesmo que eu seja o tipo de mulher que sempre tem uma
história melhor que a sua pra contar, mesmo que seja tarde demais para fingir
que não estava escutando propositalmente a conversa deles.
Não quero viver nessas paranoias de uma
vida agitada, de lutas pelo poder, de desculpas irritantes, não quero me vestir
por modas, ou encher meu coração de raiva e ressentimento.
Não quero me acostumar com caras que
fazem tudo do jeito deles, eu luto pelo fim da desigualdade nas relações, quero
um homem que lave louça, não quero uma vida de estresse constante, sei que cada
um é como é que as pessoas não são iguais, que ninguém precisa se incomodar com
minha maneira de lavar roupa ou com minha barriga imensa me impede os
movimentos ou com pessoas negligentes demais.
Eu ia procurar uma ponte ou um
telhado alto de onde eu pudesse gritar “adeus mundo cruel”, eu não precisava me
aturar por mais 50 anos, tã-dâ era a fórmula mágica para os medos, assim
desistente de viver.
Era como tivesse um bloqueio
intransponível, mas eu continuava com um sorriso no rosto, meus problemas eram
só meus, a fronteira entre o que sou e o que demonstro ser era bastante tênue e
constrangedora.
Não fiz ideia do mal que causaria a
minha reputação destruindo minha vida, vivi como se não existisse mundo lá fora,
nada importava se era saia ou vestido, se o príncipe mordeu a isca, se estavam
me paparicando inutilmente.
Não me submeto a sua vontade de maneira
nenhuma, não sou mulherzinha deprimida, sou inteligente e sei de tudo e não sei
agir de outra forma, aprendi que os teus problemas são mais curiosidades que
tentativa de ajuda. Doeu saber disso.
Não estava fingindo ser outra pessoa,
meu sorriso não era falso, era apenas um disfarce, eu era feliz até com a lua
brilhante que surgira para enfeitar a noite, às vezes tinha rompantes raivosos,
mas estava cheia de bondade e afeto no coração. Tudo passou, o que eu tinha se
chamava de-pres-são.
Arcise Câmara
Imagem Delas
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