quinta-feira, 2 de abril de 2015

Influenciando minha vida




Escutava as histórias interessante do papai e algumas chatas da vovó, cheias de novidades da titia ou repetidas da mamãe, todo mundo gostava de conversar comigo e contar causos e eu aprendia muito com o que ouvia.
Um dia percebi que as diferenças não desaparecem, ao contrário só crescem, um dia percebi que meu esforço e motivação nem sempre era visto, um dia percebi que o mundo vai mal, que a saúde é desumana, que eu devo escolher entre ser livre e ser espontânea.
Cada pessoa é uma caixinha preenchida ou com vazio existencial, muita notoriedade desperta inveja, muitas coisas que nos influenciam a gente só percebe depois, temos um otimismo no passado, mesmo que o passado não tenha sido tão maravilhoso assim, são tantas indiferenças.
O mundo está precário, são tantas possibilidades, tantas tecnologias, tantas substituições, porém sem singularidade, sem preocupação com as doenças emocionais, sem amor, sem reciprocidade.
Talvez eu esteja parecendo grosseira, arrogante, vulgar ou qualquer adjetivo que queiras me chamar, mas as referências que me fizeram pensar desse jeito foram muitas, inclusive com a sensação de usar máscaras para cada momento como se estivéssemos interpretando ou buscando a felicidade de alguém.
Podemos parecer bondosos sem ser e até boba sem ser também, podemos ter razões para sermos felizes ou potencializar nossos pensamentos letais, podemos ir e vir com propósitos ou sem.
Podemos expandir conhecimentos ou fixá-los na parede em forma de diploma, determinando que no passado eu estudei a disciplina e me achando muito competente sem as atualizações e por cima resmungando em baixo tom um "não se meta comigo".
Também passamos pelo processo de sofrimento com ou sem dignidade, com fontes incansáveis de prazer nas compras, na bebida, na comida. Ao longo do tempo a gente se modifica e reconstrói, sem o ar de ofendida, sem inúmeras horas de insônia, sem entender os por quês da vida.
Tomamos decisões nem sempre aceitas no âmbito familiar, fazemos um exercício elegante de não discutir em vão, trocamos alguns amigos que nos acompanham desde a infância, mudamos de prioridade, tentamos levar vantagem nos fazendo de vítimas.
Às vezes intimidamos e somos chatas, temos nossas motivações e desencantos, nem sempre nos aceitamos, ora somos influenciadas, ora influenciamos.
Arcise Câmara
Imagem: Fatos de uma vida


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