Não gosto
dessa frase, não soa muito bem para líderes, parece mais tagarelice de quem
ousa ameaçar para tentar fazer as coisas funcionarem.
Fico
vermelha só de pensar em alguém me dizendo isso ou falando abertamente com o
olhar intenso de quem acredita nessa verdade, é de cortar o coração que frases
como essa se multipliquem e se eternizem por gerações.
Uma ingratidão
aos colaboradores do século XXI, um cortar o coração por corporativo, um jeito
errado de liderança, no mínimo desconfiaria do chefe com essa ladainha.
Essa declaração
categórica, absoluta ou enfática não deve nos moldar como profissionais.
Devemos olhar as pessoas com carinho, tornar o ambiente de trabalho a nossa
cara, não é a primeira vez que ouço coisas desse tipo é como o clichê conquiste
seu marido pelo estômago.
Tudo é
negociável no mundo empresarial é assim,
não é do nada que conseguimos boas parcerias, verdadeiros trabalhadores, pessoas
que nunca , jamais congelariam seus ossos em ociosidade.
Muitas
coisas me ofendem, talvez vocês já saibam, sou mega dramática, não curto autoridades
forçadas nem informações pingadas, estou sempre disposta a olhar tudo de outra
forma quando o achar certo e acreditem eu me esforço para enxergar o que de
fato acontece ao redor, não o que beneficia meu umbigo.
O percurso é
longo, sem volta, o mundo do trabalho é ansioso demais para não sair do ponto
de partida, os desafios aparecem, os caminhos trazem um recado da vida. Por
muitas razões práticas e imprevisíveis, nossas opiniões são afetadas.
Seja
bem-vindo, você terá trinta ou trinta e cinco anos para aprender a brincadeira,
qualquer coisa que aconteça poderá ser
sua culpa, ou você pode ser visto como o contrarregras.
Fico feliz em
saber que estou bem, nunca se sabe, se a vida pode levar a caminhos bem
diferentes, bem entediantes, já pensou viver muitos momentos desgastantes com
quem cita a todo instante o título deste tema?
Quase cochilo
com tantas reuniões desnecessárias, as fissuras começaram a aparecer com o
tempo, é preciso como tudo na vida de manutenção, precisamos também sentir
saudades do ambiente em que passamos onze meses nos esforçando.
Parece
encrenqueiro, mas eu mudaria tanto, começaria por mim lógico, mas não trataria
como amigos pessoas as quais preciso dar ordens, não que eu fosse arrogante ou
superior, mas o que observo é uma displicência em corrigir amigos, em ser justo
entre os queridos e os não-queridos, uma indisposição que poderia ser combatida
com a formalidade.
Estou aqui
para o que der e vier, para um ombro-amigo, para entender que tens problemas
familiares, para compreender que aqui hoje você não tem cabeça para trabalhar e
por isso te libero, não dá para ter chefes egoístas, indiferentes, sempre
preocupado com dinheiro.
Reconheço que
o dinheiro move o mundo empresarial, mas opto pelo lado conservador, colocando
tudo às claras, explicando que o sucesso da empresa é o sucesso de todos os
envolvidos. Não sofro do mesmo mal dos invejosos, do que amam falar mal da
empresa, dos que a apedrejam, dos que inconscientemente gostariam que ela
desaparecesse.
De repente
eles não estão colocados no lugar certo, é muita luta inútil colocar
colaboradores eficientes em lugares não produtivos, ou ainda, tornar chefe quem
não tem esse perfil. Não estou indicando minha realidade, estou em mudança, meu
ritmo aumentou, pareço esnobe, mas estou cada dia mais humana.
Estou cansada
até os ossos, minhas atitudes talvez não influencie nos resultados, talvez eu
precise fazer terapia para entender que uma andorinha só não faz verão, mas
mesmo que minhas atitudes sejam vazias, mesmo que a gerigonça quebre, mesmo que
meus pensamentos lutem contra, ainda assim lutarei por um mundo corporativo menos autoritário e injusto.
Arcise
Câmara
Imagem We It
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