segunda-feira, 23 de março de 2015

Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Belleza

Não gosto dessa frase, não soa muito bem para líderes, parece mais tagarelice de quem ousa ameaçar para tentar fazer as coisas funcionarem.
Fico vermelha só de pensar em alguém me dizendo isso ou falando abertamente com o olhar intenso de quem acredita nessa verdade, é de cortar o coração que frases como essa se multipliquem e se eternizem por gerações.
Uma ingratidão aos colaboradores do século XXI, um cortar o coração por corporativo, um jeito errado de liderança, no mínimo desconfiaria do chefe com essa ladainha.
Essa declaração categórica, absoluta ou enfática não deve nos moldar como profissionais. Devemos olhar as pessoas com carinho, tornar o ambiente de trabalho a nossa cara, não é a primeira vez que ouço coisas desse tipo é como o clichê conquiste seu marido pelo estômago.
Tudo é negociável no mundo empresarial  é assim, não é do nada que conseguimos boas parcerias, verdadeiros trabalhadores, pessoas que nunca , jamais congelariam seus ossos em ociosidade.
Muitas coisas me ofendem, talvez vocês já saibam, sou mega dramática, não curto autoridades forçadas nem informações pingadas, estou sempre disposta a olhar tudo de outra forma quando o achar certo e acreditem eu me esforço para enxergar o que de fato acontece ao redor, não o que beneficia meu umbigo.
O percurso é longo, sem volta, o mundo do trabalho é ansioso demais para não sair do ponto de partida, os desafios aparecem, os caminhos trazem um recado da vida. Por muitas razões práticas e imprevisíveis, nossas opiniões são afetadas.
Seja bem-vindo, você terá trinta ou trinta e cinco anos para aprender a brincadeira,  qualquer coisa que aconteça poderá ser sua culpa, ou você pode ser visto como o contrarregras.
Fico feliz em saber que estou bem, nunca se sabe, se a vida pode levar a caminhos bem diferentes, bem entediantes, já pensou viver muitos momentos desgastantes com quem cita a todo instante o título deste tema?
Quase cochilo com tantas reuniões desnecessárias, as fissuras começaram a aparecer com o tempo, é preciso como tudo na vida de manutenção, precisamos também sentir saudades do ambiente em que passamos onze meses nos esforçando.
Parece encrenqueiro, mas eu mudaria tanto, começaria por mim lógico, mas não trataria como amigos pessoas as quais preciso dar ordens, não que eu fosse arrogante ou superior, mas o que observo é uma displicência em corrigir amigos, em ser justo entre os queridos e os não-queridos, uma indisposição que poderia ser combatida com a formalidade.
Estou aqui para o que der e vier, para um ombro-amigo, para entender que tens problemas familiares, para compreender que aqui hoje você não tem cabeça para trabalhar e por isso te libero, não dá para ter chefes egoístas, indiferentes, sempre preocupado com dinheiro.
Reconheço que o dinheiro move o mundo empresarial, mas opto pelo lado conservador, colocando tudo às claras, explicando que o sucesso da empresa é o sucesso de todos os envolvidos. Não sofro do mesmo mal dos invejosos, do que amam falar mal da empresa, dos que a apedrejam, dos que inconscientemente gostariam que ela desaparecesse.
De repente eles não estão colocados no lugar certo, é muita luta inútil colocar colaboradores eficientes em lugares não produtivos, ou ainda, tornar chefe quem não tem esse perfil. Não estou indicando minha realidade, estou em mudança, meu ritmo aumentou, pareço esnobe, mas estou cada dia mais humana.
Estou cansada até os ossos, minhas atitudes talvez não influencie nos resultados, talvez eu precise fazer terapia para entender que uma andorinha só não faz verão, mas mesmo que minhas atitudes sejam vazias, mesmo que a gerigonça quebre, mesmo que meus pensamentos lutem contra, ainda assim lutarei por um mundo corporativo menos autoritário e injusto.
Arcise Câmara
Imagem We It


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