Um ano de duras
provações que tive que suportar, perdi tempo com preliminares, cansei,
desanimei, deu preguiça, tive dúvidas, apegos, pecados.
Nunca me senti
sozinha, a vida me afastou de algumas pessoas, eu me acostumei com a ideia,
novas oportunidades, muitas variáveis sem muito nexo, crise de orgulho ferido, crises
de ansiedade, irmãos desunidos. Sem querer soar ignorante não é fácil ser
rejeitado, a palavra gratidão continua sendo importante no meu vocabulário.
Tudo acontece
naturalmente, a pele delicada se enche de acnes, aquele casamento sólido te faz
ser trocada por outra, uma compulsão alimentar, mas devemos ser persistentes,
pelo menos de modo cuidadoso, devemos buscar a felicidade por nós mesmos.
Muitas coisas eu
não gosto muito, a gente faz o impossível, mas precisamos fazer cada dia mais a
nossa parte, mesmo que eu estava abalada nos últimos dias e não conseguia
julgar nada com clareza.
Falo apenas o
indispensável, não acho prático ficar arrotando infelicidade, tempo das vacas
magras, eu não acredito em nada disso, tenho alma de artista, curto minhas
rugas, meu sorriso, minha naturalidade, as coisas irão prosperar, mesmo os
sofrimentos que pareçam insuportáveis.
Às vezes pareço
não me importar, mas tudo faz muito
sentido para mim, a minha vida tem que ser melhor a cada dia, tenho intuição
forte como algo definitivo presente em mim, minhas escolhas, a pureza de ainda
acreditar nas pessoas, a honestidade é sustentada por meus anseios e por minha
intuição.
Tudo pode
acontecer, num dia precisei controlar as emoções, seguir as regras, entrar no
papel social, noutro fiz de mim uma pessoa melhor, no outro falta apoio à minha
nova escolha, eu tive raros momentos de paz, me senti em constante perigo,
eu me precipitei em julgamentos, mas percebi claramente que sem Deus nada sou.
2014 terminou
com tudo me magoando, me escravizando, prendendo a minha mão, escrevi bons
textos, li excelentes livros, vivi de forma diferente, mas ainda me importando
com atitudes alheias, com as imensas possibilidades de me afastar das
falsidades.
Em certos
momentos tudo parecia feio, eu me enganava, mas ao mesmo tempo me surpreendia
com as pessoas, fui destaque por não ser “maria vai com as outras”, por “deixar
o passado para trás”, por chorar e perder a fome por causa de alguns
sofrimentos que nem eram meus.
Às vezes me
sinto próxima ao meu destino, me afastando de pessoas que gostam de humilhar as
outras, ou culpam o mundo por seus erros, andam em vias amargas e voltam ao
passado para relembrar coisas que deveriam ser esquecidas.
Deus tem hora
para tudo, nada é sem propósito, vou me lembrar de você quando precisar de
alguma coisa ou fico furiosa por você só aparecer quando precisa. O que sempre
desejei foi ser aceita com naturalidade, fazer o bem, sem olhar a quem.
Nem sempre
controlo as emoções, não sou de maltratar seres humanos, sou formal nas
atitudes, não sou de perder a fé ou mudar de religião, também não sou de esperar
nada de ninguém, além da gratidão.
As minhas
informações pessoais eu compartilho com pessoas próximas, talvez não seja tão
simples resolver os problemas que ficaram para trás, tudo tem a hora de Deus e
eu não me cobro por isso, tenho uma péssima reputação na família de ser
briguenta, chata, depois do choque inicial todo mundo sabe que pode contar
comigo.
Sofro todos os
riscos de carregar mágoas e ressentimentos, já sei que o caminho não é esse, se
somos amigos e não somos perfeitos, podemos nos amar de verdade, com a razão da
“impotência”, sem julgamentos ou condenações. Assumo que 2014 tive mazelas e me
disponho a sonhar novos sonhos para 2015.
Arcise Câmara
Imagem Blog Estadão
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