A imagem da
gente como casal nada mais era do que cada um para um lado, um dormindo no
quarto do casal e o outro dormindo no quarto de hóspede, as respostas vagas e
calculistas para ferir o coração de quem perguntou e nesse instante eu me
fartava de promessas vazias.
Por mais forte
que eu fingisse ser, ele significava muito para mim, ao ponto de preferir
morrer a me separar, mesmo eu ficando sempre em estado de descontrole e com
overdose de ansiedade.
Várias tentativas
de levar adiante o casamento foram o prenuncio de recomeço, planejávamos ser
feliz, planejávamos o que deveríamos evitar para que os efeitos devastador da
hostilidade não se instalasse, planejávamos aumentar a temperatura dos contatos
íntimos. Só planejávamos sem nos esforçar para por em prática as metas.
As brigas
inicialmente eram por causa dinheiro, melhor dizendo pela falta dele, não nos
entusiasmávamos com um passeio no parque ou ficar em casa na companhia um do
outro, a nossa motivação era gastar dinheiro com diversão e tudo que fosse
diferente disso parecia tedioso.
As horas
demoravam muito para passar, a companhia não despertava interesse nem para um
simples “Como foi o seu dia?”, qualquer pergunta ou resposta vinha em tom
irônico. Eu pensava “quantos dias ainda faltam até que eu desista?”...
Graças a Deus o
jogo da vida se modificou, talvez porque nós tínhamos nosso lado bom e humano,
nunca fomos corruptos, nunca desrespeitamos hierarquias, sempre éramos
promovidos nas oportunidades que apareciam e assim nossa vida financeira
melhorou e nossas brigas diminuíram.
Eu lia jornal
todo dia, ele era mais de internet, eu de livros e ele com mais internet. Era
melhor não pensar nisso, mas em casa era um excesso de internet que não nos
dava intimidade, éramos dois estranhos e isso era desagradável para mim. Eu
preferi deixar pra lá! A vida atual é assim mesmo, o Smartphone como amigo
confidente.
Deus me livre!
Eu gosto de toque, de conversa, de olho no olho, deve ser até pecado perder
tanto tempo com as mídias, a gente perde oportunidades de viver experiências
magníficas, de trabalhar para o relacionamento dar certo.
Eu tenho certeza
que eu falo com ele e o seu “Hum-rum” nada mais é do que “eu não entendi nada
do que você falou, por favor, não me atrapalhe”. Tomara que o celular dele caia
no vaso do banheiro.
- Arcise Câmara
- Crédito de
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