quinta-feira, 19 de junho de 2014

Nosso raro convívio nos dias nublados


A imagem da gente como casal nada mais era do que cada um para um lado, um dormindo no quarto do casal e o outro dormindo no quarto de hóspede, as respostas vagas e calculistas para ferir o coração de quem perguntou e nesse instante eu me fartava de promessas vazias.
Por mais forte que eu fingisse ser, ele significava muito para mim, ao ponto de preferir morrer a me separar, mesmo eu ficando sempre em estado de descontrole e com overdose de ansiedade.
Várias tentativas de levar adiante o casamento foram o prenuncio de recomeço, planejávamos ser feliz, planejávamos o que deveríamos evitar para que os efeitos devastador da hostilidade não se instalasse, planejávamos aumentar a temperatura dos contatos íntimos. Só planejávamos sem nos esforçar para por em prática as metas.
As brigas inicialmente eram por causa dinheiro, melhor dizendo pela falta dele, não nos entusiasmávamos com um passeio no parque ou ficar em casa na companhia um do outro, a nossa motivação era gastar dinheiro com diversão e tudo que fosse diferente disso parecia tedioso.
As horas demoravam muito para passar, a companhia não despertava interesse nem para um simples “Como foi o seu dia?”, qualquer pergunta ou resposta vinha em tom irônico. Eu pensava “quantos dias ainda faltam até que eu desista?”...
Graças a Deus o jogo da vida se modificou, talvez porque nós tínhamos nosso lado bom e humano, nunca fomos corruptos, nunca desrespeitamos hierarquias, sempre éramos promovidos nas oportunidades que apareciam e assim nossa vida financeira melhorou e nossas brigas diminuíram.
Eu lia jornal todo dia, ele era mais de internet, eu de livros e ele com mais internet. Era melhor não pensar nisso, mas em casa era um excesso de internet que não nos dava intimidade, éramos dois estranhos e isso era desagradável para mim. Eu preferi deixar pra lá! A vida atual é assim mesmo, o Smartphone como amigo confidente.
Deus me livre! Eu gosto de toque, de conversa, de olho no olho, deve ser até pecado perder tanto tempo com as mídias, a gente perde oportunidades de viver experiências magníficas, de trabalhar para o relacionamento dar certo.
Eu tenho certeza que eu falo com ele e o seu “Hum-rum” nada mais é do que “eu não entendi nada do que você falou, por favor, não me atrapalhe”. Tomara que o celular dele caia no vaso do banheiro.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: nodia-a-dia.blogspot.com


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