Uma quantidade
desproporcional de loucura, às vezes é bem-vinda, uma loucura do bem, fazer um
limpa no guarda-roupa, doar roupas usadas e bem lavadas, parar de consumir,
evitar demonstrar emoção para quem não merece emoção alguma.
Amenizar o
sofrimento de alguém sem se preocupar com hora ou com o trabalho, deixar
confinadas as angústias e depois destruí-las com bombas de amor, eleger a
simplicidade como estilo de vida.
Reanimar a alma
sempre que precisar, abraçar cada oportunidade de se sentir livre, ajudar a
fugir de si mesmo vez em quando, recordar das vezes que sofreste e tudo passou
sem preocupação com a cura que virá.
Eu me considero
um mulher de sorte, tenho muito chão para andar, talvez muitos incidentes para
me refazer, muita luta, muitas mudanças, muitas coisas para por em ordem,
muitas leis para duvidar, muitas aventuras para viver, viagens a realizar.
Não me considero
fraca, indecisa ou que não sabe o que fazer da vida, também não sou doce,
calma, suave e adorável, sou de alma hiperativa, personalidade muito forte,
orgulhosa e pragmática no que desejo.
Todos os
momentos são fáceis, vivo no piloto-automático, tenho algumas exceções de
comportamento que preciso esfriar a cabeça, fico perturbada com coisas que
jamais vou conseguir mudar, têm dias que sou extremamente sensível e melhor
amiga do mundo, outros que estou tão exausta até para uma boa noite.
Quando estou
calma, tudo em volta parece anormal, não sou de natureza tranquila, quieta, sou
fogos de artifício, vulcão em erupção.
Não busco formas
diferentes de pedir desculpas como um presente, um agrado, um carinho, peço
desculpa com palavras sinceras, fingir que não fez nada e ficar tentando
agradar é pouco convincente pra mim.
Sem ameaças, com
uma vida mais complicada, comprando roupas de brechó, num mundo cheio de
regras, nunca é adorável ser pobre na sociedade consumista, nada dar certo,
mesmo que procure cultura gratuita, ajuda do governo, corta o coração quando o
filho reclama de fome ou pede um doce diferente no mercado. Bate um desespero,
mas pobre lutador não desiste fácil.
Não custa nada
compartilhar hábitos, comportamentos, roupas, dividir para diminuir as
desigualdades e participar da alegria de dar e receber.
- Arcise Câmara
- Crédito de
Imagem: todasuaroupa.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário