Era de
manhãzinha, estava triste, pensativa, com muitas dúvidas na cabeça. Martelava
no meu cérebro ele jurando vingança, ele não aceitava o fim do nosso
relacionamento, não tinha remédio. Era o fim.
Nada havia o que
fazer, a relação se desgastou, eu estava esgotada e até doente, eu esperava que
ele mudasse e assim esperei anos e perdi anos da minha linda existência, o
sofrimento do dia-a-dia nem me consumia mais. Eu tinha aprendido ser infeliz.
Como nenhuma
melhora acontecia, acabei esquecendo de viver, de sentir alegria, de desfrutar
de uma linda companhia, de olhar e comtemplar uma noite enluarada, um por do
sol alaranjado.
Ele não
acreditava, eu já havia me separado oito vezes, eu não tinha forças para seguir
em frente sem ele, eu era inquieta, pequena demais sem a presença de alguém que
me ditasse ordens.
Resolvi expulsar
todos os pensamentos, resolvi focar na minha felicidade, qual era mesmo o
significado da palavra felicidade? O que era se sentir feliz? Eu não entendia
tal sentimento, já se tornava estranho e vago.
Como munição li
histórias de amores verdadeiros, apetrechei-me de boas lembranças, as
lembranças da minha vida interessante de muitos longos anos atrás. Inflamei-me
de coragem e bravura e fugi.
Ele acenou com
uma bandeira branca, procurou-me por todos os lugares, acabou me encontrando e
conversa vai conversa vem ele fez mil juras de amor, de mudança, de bondade,
promessas vagas como sempre.
Eu não tinha
mais correntes, estava livre, vivia minha vida com desconfiança, com a certeza
de que eu nada valia, nunca tomei providências para me sentir mais confiante,
porém tinha decidido mudar.
Resolvi pescar,
deixar de ser apressada e ansiosa, não temer ameaças, cercar-me de coisas boas
e resistir às ofertas de um homem que se diz perfeito. Também não absorvi as
pragas de que eu jamais seria feliz ao lado de outro alguém.
Tinha vivido mal
até aqui, uma experiência de acomodação, de desentendimentos de sentimentos e
de achar que qualquer jeito de amor era salutar, sem pensar que qualquer jeito
de amor não é amor.
- Arcise Câmara
- Crédito de
Imagem: carolpereiraa.blogspot.com
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