quinta-feira, 22 de maio de 2014

Eu não tinha ciência disso


Cabeça dura, desobediente, opressor, vaidoso, egoísta. Pessoa gentil e amorosa, que custa a se aborrecer, que olha com amor para as calamidades da minha existência, furioso ao ser contrariado, anjo e demônio, luz e trevas.
O que quer que a gente faça, nós não conhecemos o outro suficiente, não entendemos porque ele faz tempestade em copo d’água ou se faz de molenga para as atividades domésticas, porque interfere em tudo, da cor do pano de prato a posição da cama.
Deus sabe o que faz, ele me largou, sumiu por dias. Pensando bem, ele desapareceu sem justificativas. Alegou futuramente que precisava de carinho de mãe e por isso foi para a sul do país.
Recebi afago do travesseiro, chorei muito, pouco sabia sobre ele, nada me cheirava bem. Ele era um completo estranho que invadiu meu coração. Por obséquio, mude de atitude, eu implorava.
Carregava a tiracolo todos os seus problemas, suas frustrações por ser adotado, suas perdas de tempo com trinta garrafas de cerveja na mesa de um bar, estava tudo certo para ele e tudo muito errado para mim.
Eu sempre fui muito preocupada em amenizar a situação, sempre fui assim e por causa disso sempre blindei pessoas ao meu redor, elas sempre não faziam por mal, estavam cansadas, tristes e cada atitude egoísta era devidamente justificada com louvor.
Até que para mim ficou insustentável, quando resolvi julgar suas atitudes de uma forma honesta e imparcial, foi desde o momento que tive consciência que cessou qualquer possibilidade de reconciliação, depois que felizmente te abandonei.
E as hostilidades foram iniciadas, você fez de tudo para me magoar, me ferir, me matar com palavras. Você conseguiu destruir tudo que a gente tinha levado quatro anos construindo, apesar de muitas coisas ruins, havia coisas boas e depois de tudo, só haviam más lembranças para recordar.
Mal pude conter a emoção, eu agradecia por tudo que consegui enxergar, a minha vontade prevaleceu, eu fui rendida, mas consegui me libertar, tinha o sagrado direito de ser livre, mesmo que minha cabeça desmantelada saí do olho do furacão e do temporal.
Estava ansiosa para viver minha nova vida, meu verdadeiro GRITO de independência, minha tentativa de sobreviver.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem:


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