Amo seu jeito agradável, sua
inteligência e adaptabilidade aos momentos difíceis, nosso almoço de todo dia é
o encontro para colocarmos o papo em dia, contarmos nossas experiências
profissionais e sabermos um do outro.
Mesmo que ele tente parecer
despreocupado eu o conheço pelo olhar, sei de suas aflições e às vezes até
acerto o projeto que incomoda meu arquiteto favorito. Ele diz que eu tiro
vantagem dele pelo meu sexto sentido, eu acho apenas que é os olhos do amor.
Como ele ficou feliz com a minha
ideia de ampliar aquele jardim, mudar o projeto em 25%, misturar as
divergências entre marido e mulher visando agradar ambos os clientes.
Tenho muita energia, ligada em alta
voltagem quase o tempo todo e vou perdendo minhas forças ao longo do dia, a
noite estou um caco, aparentemente destruída, olhar cansado, precisando de
consolo e do seu colo.
Ele olhava desconsolado para mim, seu
ritmo era noturno, acordava tarde, sorria depois das 12 horas, tinha seus
próprios horários o que deixava tudo mais simples, ele parecia que estava sendo
torturado quando eu resolvia dormir cedo, quando eu desmaiava no meio de uma
conversa para acordar só no dia seguinte.
Ele me acariciava por alguns minutos
e desistia, tinha aprendido a passar as noites sozinho, no nosso ninho. Coitadinho
dele, precisávamos repensar nisso mesmo que ambos não reclamasse, Eu gostaria
de estar no lugar dele? Não! Ele gostaria de estar no meu lugar? Também Não!
Nossos sonos eram em horários
incompatíveis, eu acordava as 5 e ele no mínimo as 11h, eu dormia cedo e ele
tarde, porém a fórmula mágica era o entardecer, nossas tardes entre meu fim de
expediente até a nossa hora de jantar, era algo maravilhoso.
Eu me deitava no chão com ele,
ríamos, fazíamos guerra de travesseiros, falávamos sério e namorávamos
bastante, brincávamos de luta, ele sempre me deixava ganhar porque eu sempre
fui mole para lutas, no primeiro dia de judô em minha infância eu torci o
braço.
A força que ele tinha poderia me
levar a uma fratura exposta, o nosso relacionamento nunca soube o que era
rotina, inventávamos a vida sem regra, mesmo que parecesse infantil, imaturo.
Ele era doce, afável, calmo, lindo, gentil,
amoroso, responsável e provedor, tinha muitos talentos, eu era cada dia mais
feliz, meu amor crescia numa velocidade assustadora eu sentia um amor enorme
dele por mim, ele provava que me amava nas pequenas coisas, sem cobranças ou
chateações.
Muitos mitos foram derrubados, o mito
de que os opostos se atraem, os mitos de que homem é tudo igual, que todo homem
trai ou é grosseiro, ou qualquer coisa servia o importante era estar apaixonada
ou ter alguém do lado para dividir a vida.
O homem atencioso existia, o homem
amoroso existia, o homem que te respeita existe, o homem que não explodia ou
dava surtos existia e estava bem ao meu lado contorcendo meu corpo de carinho e
prazer.
Nossa adaptação de casado foi fácil e
simples, ambos queriam essa vida, dentro de poucas semanas vou ser mãe e ele
pai, mal conseguia me lembrar da vida antes de conhecê-lo, o salto de qualidade
que ele trouxe para a minha vida sem graça e pacata, cheia de amores errados,
uma coleção deles e um diagnóstico de dedo podre.
Rapidamente, nos encontramos, nos
apaixonamos, resolvemos morar juntos e criamos uma rotina maravilhosa que a
única regra seria o respeito e faça comigo tudo que gostaria que fizéssemos com
você.
Eu sempre tinha uma sorridente
recomendação de “juízo hein”, pelo meu passado e minhas inseguranças, eu tinha
medo de perdê-lo, tinha medo de acordar deste sonho e fiquei intrigada quando
percebi que ele também tinha os mesmos receios. Eu o amava para sempre, um amor
desenfreado.
- Arcise Câmara
- Crédito de Imagem: http://anajaine.spaceblog.com.br
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