domingo, 16 de fevereiro de 2014

Será possível um homem mudar de verdade?


Fico olhando as estrelas e refletindo sobre tudo que passei, sobre os desaforos que ouvir, sobre as pragas “que recebi”. Ele fazia questão de me colocar para baixo, foi o pior namorado que tive. Mas vira e mexe ele volta.
Volta querendo saber notícias, querendo verificar se tem chance, não fica surpreso com a minha acolhida, meu bom papo. Não guardo mágoas, sou da opinião de que ele perdeu uma joia rara e acredito que ele internamente também pense assim.
Nunca o considerei um homem sensível, nem prestativo, nem cavalheiro, mas eu era dona de mim então isso nunca me abalou muito, o que realmente me incomodava era seus horários, suas madrugadas, horário de expediente, nem pensar, eu não existia nesse momento.
Suponho que ele ache que por causa disso sua vida seja menos significativa, não sei que relação é essa que o torna tão previsível, querendo fazer brotar sentimento onde não há a menor possibilidade.
Inventar justificativas nunca foi o meu feitio, sou muito sincera nos posicionamentos, quando quero, quero, quando não quero, não quero. Não sou de joguinhos de sedução, nem de florear coisas.
Ele se diz magoado, com nó na garganta, diz que eu não lutei por ele. Até hoje não entendo esta frase, lutar? Lutar pelo quê? O que seria lutar? Será que seria me humilhar, chorar, me descabelar?
Perdi a noção do tempo, faz tanto tempo que não temos mais nada, já estou cansada de tê-lo me rondando. Será que ele acha que é charminho, será que ele acredita que serei seduzida por seu dinheiro?
Já fui egoísta, teimosa e burra feito uma porta na minhas relações, já fui bondosa, chorosa e melosa também, hoje tento equilibrar porque no fundo ainda sou bem sensível e espero do outro aquilo que faria por ele. Mas se tem uma coisa que eu não tenho paciência é tentar discutir uma relação que não existe mais.
Se fiz algo certo na vida foi deixá-lo de amar, ele não me merecia, a minha dedicação exclusiva não foi sequer reconhecida, eu estava longe de ser alguém que ele desejou, na prática eu era uma boa pessoa que não atendia a seus anseios.
Numa tive uma momento de tanto estresse, era uma via de mão dupla. Eu irritada de cá e ele irritado de lá, estávamos nos acostumando a enxergar as mazelas do outro, de irritar e fazer perder a paz.
Eu jamais duvidei dos meus sentimentos por ele, mas chega uma hora que você quer pagar na mesma moeda, quer que ele sinta na pele as palavras duras que você recebe dele.
Eu nunca deixei de acreditar em nós dois, sou da personalidade que me permito lutar até o fim. E onde é o fim? O fim é o meu limite entre o saudável e o patológico. Eu tentei choro, diálogo, terapia, tentei viver como se ele não existisse, tentei fazer meus programas com amiga e aos poucos ir me afastando.
Pensei que nosso relacionamento fosse estável, mas ao final das contas descobri que estava errada, não havia estabilidade nenhuma, comecei a ter crises de ciúmes, coisas que nunca tive, comecei a me sentir insegura, comecei a acreditar que eu estava sendo feita de boba e ele ganhava de bônus, sexo e um cantinho para dormir quando quisesse (uma espécie de motel grátis).
Não tenho nada de excepcional, existem milhares de mulheres parecidas comigo, não sou perfeitinha nem moderninha, não curto traição nem falta de respeito, sou o que se espera da maioria.
Perdi a conta de quantas vezes estampei meu rosto com decepção, quantas vezes meus olhos encheram de lágrimas e eu num esforço inimaginável controlei para que não escorressem.
A exemplo dos mistérios femininos, guardei para mim muitas coisas, evitei falar o que eu sentia, não queria que ele me visse como a chata reclamona, a eterna insatisfeita, resolvi me calar, chorar escondida, pensar em outras coisas, repensar a relação e nesse turbilhão de emoção eu decidi ficar só.
- Arcise Câmara

- Crédito de Imagem: http://pepitinha95.blogspot.com

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