segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Senso de autonomia


Não sou indecisa ou insegura, não sou de ditar ordens, mas também quando não concordo com alguma coisa tem que ter muitos argumentos para que eu mude de ideia. A rigor não gosto de machismo, feminismo, fanatismo e situações extremas.
Aceito comportamentos dependentes, mas com o tempo tais comportamentos me sufocam, não sou mulherzinha e não tenho vaidades como sendo virtudes femininas.
Sou de amenizar confusões, sou de me afastar do que me faz mal, sou de compensar perdas, sou de resolver mal-estar interior, sou de deixar quieto o que me aflige, não tenho vícios destrutivos além da comida, não me sinto vítima de comportamentos graves e sérios, sou de fácil convivência e com dificuldades de aceitar inconvenientes.
Falo descontroladamente, sem raciocinar muito, com a necessidade de ser ouvida, minto para mim para apaziguar o coração, lamento coisas que acredito que não deveriam me acontecer, não me acho sempre certa ou dona da razão, quando quero gasto desnecessariamente.
Evito críticas infundadas e julgar as pessoas, eu assumo o controle da minha vida com todas as consequências positivas e negativas, sou capaz de decidir sem me arrepender, não tenho tendência a ser boazinha e nem habilidade para dizer sim sempre.
Estabeleço um clima de respeito e liberdade com as pessoas que convivo, as vezes me olho com inferioridade, contudo sou de autoestima elevada a maioria do tempo.
É claro que preciso viver dentro de normas sociais que quase sempre contesto, ou de valores “morais” que não são tão morais sob meu ponto de vista, aprendi a ser responsável pelos meus sentimentos, responder por mim mesma, atrair pessoas que me agregam, antever fatos futuros que só me trarão dor de cabeça.
Repensar atitudes sem severidade e rispidez, sem negativas constantes, sem repetir os mesmos erros e depreciar minhas escolhas do momento. Abafo a rejeição e tento evitar agressividade gratuita quando as coisas desandam.
Um dia horrível não é sinal de que as atitudes devem ser péssimas, concentro-me em criar padrões de comportamentos positivos, tratar como gostaria de ser tratada, responsabilizar-me por atos e pensamentos inadequados e desequilibrados.
E quando aquela necessidade constrangedora de falar a verdade mesmo que isso machuque, de viver sem tempo, de cercar de sentimentos e emoções vazias, camufladas que gostaríamos que não existissem.
O amor não separa e nem divide, não nos dar poder de transformação do outro, não forja disfarces, não sente raiva pelas conquistas do outro e não guarda mágoa.
O amor não mascara e nem tira o brilho da existência do outro, não nos torna imunes para fugir de nossas lutas internas ou para que o outro nos enxergue como realmente somos.
Experimentei choques existenciais ao longo dos anos, nunca me neguei ser quem sou, também tenho a consciência que preciso ser lapidada e que nem tudo é virtude e potencialmente bom.
As minhas reações emocionais mais corriqueiras são chorar e me inibir, quando me sinto desconfortável me fecho em um casulo, não sou forçada a aceitar regras dos outros, sou um mundo à parte, curto individualidade e acredito que devo ser respeitada.
Não entendo padrões igualitários com pessoas tão diferente, mesmos moldes ou figurinos com personalidades tão contrastantes, o que gera ao meu ver conflitos, frustrações e problemas pessoais excessivos.
Sou de gestos e raciocínios espontâneos, não desenvolvo nas sombras de ninguém, não sou indecisa nem nas mais complexas opções, não sou dependente e apegada, não dou valor as críticas destrutivas, odeio que conta vantagem para conquistar o outro, quem acha que dinheiro são credenciais para ser aceito.
Em nome do amor não renuncio meu senso de dignidade, meu componente vital a felicidade, em nome do amor não me torturo internamente ou causo vazio na alma, em nome do amor não minto encobrindo realidades e escondendo conflitos palpáveis de uma relação que me tira o senso de autonomia.
- Arcise Câmara

- Crédito de Imagem:  http://Fsomosaredeestamosnarede.blogspot.com

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